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Com Papai do Céu na pele, renovado Ricardo Graça vê Vasco na luta por títulos, mas prega: “Melhorar muito”

O zagueiro vascaíno Ricardo, com perdão do trocadilho, vive estado de graça em 2020. No início do mês, teve a valorização esperada após bons serviços prestados ao Vasco e a disputa do Pré-Olímpico no início do ano. A renovação de contrato até dezembro de 2023 foi celebrada em alto estilo, ao lado da família. Marcelle (mãe), Luiz Eduardo (pai), Juliana (irmã) e Stephanye (esposa) formaram a escalação do time que foi comemorar a assinatura em São Januário, no último dia 7.

Seleção brasileira, titularidade reconquistada, renovação com o clube que ama e uma “convocação” especial: no início do ano, teve a confirmação de que integrará o time dos papais. Luísa vem aí em breve. Não fosse a pandemia, o 2020 de Ricardo Graça seria perfeito. Tanta notícia boa o motivou a cumprir promessa feita em 2013. Na última segunda-feira, uma bela imagem de Jesus Cristo fechou o braço esquerdo do zagueiro.

– Quando eu era da base e tinha 15 anos, surgiu a possibilidade de uma seleção 97 (com jogadores nascidos em 1997). Só tínhamos seleções com números pares no Brasil, a não ser quando sobe para o sub-20 e para o sub-23, que englobam tudo. Surgiu a possibilidade de uma 97, mas não teve. Quando falaram que teria a possibilidade, na hora não teve. Todo mundo da categoria 97 estava ligado na lista da CBF, mas, quando entramos no site, foram convocados só jogadores de 96.

– Eu sempre gostei muito de tatuagem e lembro que nesse dia (da não convocação) em casa, saindo do carro e pensando, fiz uma promessa. Cheguei para Deus e falei: “Papai do Céu, se eu for convocado para a Seleção, eu vou tatuar você. Vou tatuar Jesus Cristo em mim”. Isso com 15 anos, já tem oito anos. E eu fui convocado no sub-23. Meio que cumpri essa promessa agora – afirmou Graça, que foi liberado por Ramon para treinar mais cedo na segunda e posteriormente se submeter a uma longa sessão no estúdio do tatuador que gravou a imagem de Jesus no braço dele.

Ricardo Graça, zagueiro do Vasco, cobriu o braço esquerdo com a imagem de Jesus Cristo — Foto: Arquivo Pessoal
Ricardo Graça, zagueiro do Vasco, cobriu o braço esquerdo com a imagem de Jesus Cristo — Foto: Arquivo Pessoal

Novidades reveladas, Ricardo Graça foca no sucesso dentro de São Januário. Os bons resultados com Ramon Menezes o fazem sonhar alto e, em sua visão, o time deve sim pensar em disputar os títulos da Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileiro. “Com pés no chão”, porém, e a consciência de que é preciso evoluir em diversos pontos.

– Jogador tem de pensar grande sempre, ainda mais vestindo uma camisa como a do Vasco. Você tem de mirar títulos. Sempre perguntam isso em começo de temporada, e eu falo a mesma coisa. É buscar Libertadores e títulos. Quem conhece a história, sabe que o Vasco tem de estar nas cabeças. As duas vitórias no Brasileiro deixam a torcida inflamada, esperançosa. É isso mesmo. Nós, os jogadores, temos de ter os pés no chão. Sabemos que o primeiro jogo foi importante, 2 a 0 sem levar sustos. No segundo, pegamos o São Paulo, que nos agrediu mais, especialmente no primeiro tempo, muito por erros nossos na saída de bola. Temos de melhorar muita coisa, ofensiva e defensivamente.

– Tenho certeza de que o Ramon vai nos passar as coisas, o jogo contra o Ceará. Vamos passo a passo, as coisas no futebol mudam muito rápido. Com certeza, pensamos grande. No título e na vaga na Libertadores. Na Copa do Brasil, temos de reverter um placar que não é elástico contra o Goiás. É na casa deles, estão jogando bem, são bons na bola parada e nos ganharam aqui de 1 a 0. Mas era uma outra época, com outro treinador e outro time. Temos de estar preparados para o pior, mas vamos para o jogo com vontade de ganhar, estudo deles e tentando reverter para avançar na Copa do Brasil.

Embora tenha retomado a titularidade após o retorno às atividades, Ricardo está se adaptando à zaga de canhotos com Leandro Castan. Opina que tudo está correndo bem, mas, numa autocrítica, admite a necessidade de melhorar em uma série de aspectos devido à mudança de posicionamento.

Para sustentar que dois canhotos podem dar certo juntos, o atleta de 23 anos, fã do futebol europeu e da Champions League, cita as zagas de Real Madrid e Liverpool, ambas formadas por destros, como exemplos.

– É lógico que quando você joga toda a vida em uma posição e muda, sente. É normal. Tem a adaptação, e só se vai pegar isso jogando. Não vou falar que estou adaptado de jogar pela direita porque é trabalho. O Ramon confiou em mim, o mérito é dele de ter me colocado ali, de ter conversado comigo e de me dar confiança. Então, estou fazendo tudo o que treinei. Jogar com o Castan é muito bom, ele é um zagueiro campeão de Libertadores, jogou na Europa e foi para a seleção principal. Além disso, é um líder. Ele me ajuda bastante. A gente se estendeu bem ali atrás. Mesmo com a perna trocada, há o entrosamento, o posicionamento, a cobertura, o fato de estarmos perto… Ele fala bastante, e isso me ajudou. Espero que a gente continue bem.

– Às vezes, no jogo, tem um pouco da movimentação do corpo que eu não estou tão acostumado, mas melhoro a cada jogo. Eu estou sempre aprendendo, sempre vendo jogo. Falam que não é comum dois canhotos, mas a maioria das zagas é de dois destros. Então, dá para ver como o destro se posiciona e o que ele faz. Eu sempre vejo. A zaga do Liverpool e a do Real Madrid têm dois destros. Você começa a ver o posicionamento do corpo, o que os caras fazem na hora do passe, na hora de conduzir a bola. Com certeza, tenho de melhorar. Jogar na direita é coisa nova, mas tenho certeza que, com o suporte e confiança do técnico e do grupo, darei o melhor para o Vasco.

Confira outros tópicos do longo papo com Ricardo Graça:

Você é fã do futebol europeu. Acredita que aprende muito assistindo aos jogos?

– Futebol europeu é bem diferente. Lá, é mais tático. Eu fiquei oito meses lá (emprestado ao Vitória de Guimarães). Quando voltei, vi isso. Foi um aprendizado, me abriu os olhos para começar estudar mesmo. Antigamente, só via os jogos e não sabia nada. Por exemplo: achava que um cara tinha errado um lance, mas na verdade foi o colega, e você só vê um lado. Ao ver os melhores do mundo, você tenta tirar algo. Igual não faz. Se fosse, você estaria lá. Você aprende vendo tudo.

– Vejo a Liga dos Campeões, a Série B, se tem um jogo de outro estadual eu também vejo. Sempre se aprende, mesmo em ligas inferiores. Gosto de ver jogo, gosto de ver esporte. Sempre vejo a linha da zaga, como ela se movimenta, se sai junto, se um zagueiro sobra mais, se o lateral faz a cobertura.

– Quando se vê grande futebol, como a Liga, se imagina lá. Acho muito legal isso. Estava falando ontem com o Bruno Guimarães, falei que ele estava perto de realizar um grande sonho de ser campeão. Um sonho que todos têm desde pequeno, e ele está na semifinal. Ele estava comigo agora pouco na Seleção, falei para ele: “Traz essa orelhuda para gente”.

– O sonho do meu primo de 5 ou 6 anos é ganhar a Champions League. Ver um futebol bonito e se imaginar lá é o que faz a gente acordar todo dia para jogar futebol. É o sonho que nos mantêm vivos.

Costuma ficar pausando as imagens? E com quem tem o hábito de discutir os jogos? Pai, tios, algum amigo?

– Cara, eu não sou muito de parar o jogo, não. Vejo o jogo normal, deixo o lance seguir e só falo. Às vezes falo com a minha esposa. Eu concentro com o Andrey. Quando o jogo é na quinta-feira, concentramos na quarta, vemos os jogos e estamos sempre comentando. Eu comento na hora: “Não sei quem deu condição, tá impedido”. Antes mesmo de o VAR chamar, você já percebe.

Você foi muito assediado quando estava com o contrato no fim, inclusive podendo assinar pré-contrato com times do exterior e outros grandes. Alguma proposta lhe balançou e fez pensar em deixar o Vasco de graça?

– Em nenhum momento mexeu. A minha ideia sempre foi renovar com o Vasco pela gratidão e por tudo o que o Vasco fez por mim. Óbvio que existiram algumas sondagens, mas nada concreto, nada avançou. Se avançasse, com certeza, o Vasco seria o primeiro a saber. Participaria da negociação. Desde o início, o foco sempre foi o Vasco. Deixei isso bem claro, o Vasco tinha prioridade em tudo até o último dia do meu contrato. Então, nada me balançou, foi tudo tranquilo. A renovação demorou um pouco, mas desde o início os dois lados estavam dispostos a entrar em um acordo para fechar.

Acredita que essa decisão fez o respeito da torcida por você aumentar?

– Isso ajuda bastante, né? Quando a torcida vê que o jogador está comprometido com o clube… Eu, como torcedor, se visse um jogador assim, gostaria. Me sentiria bem representado dentro de campo. Então, aumentou um pouco. Mas aumenta no trâmite da renovação. Agora, como já renovei, o vascaíno quer que eu o represente dentro de campo. Isso não vai influenciar se eu for bem ou mal. Estou feliz pela renovação e agora meu foco é jogar, ir bem e ajudar o Vasco a ser campeão brasileiro.

Deu algum frio na barriga pela demora em renovar?

– A minha família ficou um pouco nervosa e ansiosa. Eu não. Tinha noção do que poderia acontecer, tinha ideia de negociação. Eu tinha a vontade, sabia que o Vasco também. Como vivo lá dentro, sabia que no final as coisas iriam dar certo. Eu falava para eles ficarem tranquilos, que ia dar certo. Minha esposa ficava nervosa, ela falava “Meu Deus, está demorando muito, ninguém falava nada”. Meu pai ficou um pouco nervoso, mas eu sabia que as coisas eram assim. Às vezes demora. No final, deu tudo certo.

– Na única vez que meu pai falou um pouco mais, ele disse que estava demorando muito e que achava que eu poderia assinar. Eu pedi calma, disse que tinha certeza que o Vasco faria algo bom para os dois. Eu também estava pensando nisso, no Vasco e sabia que ia concordar. Eu escutei o Vasco, o Vasco me escutou e teve o consenso. Os dois ficaram felizes, o que é o mais importante.

Ricardo Graça e a família estiveram em São Januário, onde renovou com o Vasco até 2023 — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama
Ricardo Graça e a família estiveram em São Januário, onde renovou com o Vasco até 2023 — Foto: Rafael Ribeiro/Vasco da Gama

É incomum ver um zagueiro, que joga em posição de risco, virar xodó de torcida. Vemos muitos atacantes e jogadores habilidosos. O que acha que o aproximou da torcida?

– Eu acho que foi porque sempre dei o meu melhor em campo. Sempre me empenhei em representar o torcedor. Acho que ele quer isso mesmo. Eu jogo com vontade, vou para a guerra mesmo. Com boas atuações, o torcedor te vê com outros olhos. Eu subi bem na época da Libertadores, depois tive altos e baixos, o que é normal. Em 2019, eu ganhei mais sequência, fiz dois gols, joguei acho que 30 jogos.

– Então, o torcedor vê que o garoto dá sangue. Acho que é isso que ele vê em mim e gosta bastante. Mas o carinho tem de ser pelo o que é feito em campo. Se eu for mal, a cobrança vai existir e é normal. O tamanho do Vasco é esse. Eu tenho de estar sempre com a cabeça boa. Se o torcedor me elogia, não sou o melhor do mundo.

– Se um dia falhar e for mal, também não serei o pior do mundo. Aprendi muito, as críticas me fortaleceram muito. Hoje eu sei que se estou aqui é porque mereço. E, mesmo que vá mal e bem, tenho de estar focado em fazer o melhor.

Como se sentiu ao ver que o COI permitirá jogadores com 24 anos na próxima Olimpíada caso a mesma seja disputada?

– Fico aliviado. Com certeza tenho a esperança de ser convocado. Como ainda tenho idade olímpica, a esperança está sempre aí. A convocação é fruto do que eu fizer em campo. Quanto melhor eu jogar, melhor o Vasco estiver na tabela e maior for o nosso empenho em campo, maiores são as chances.

– Então tenho que dar o meu melhor no Vasco para estar nessa lista, a minha cabeça é no Vasco. Foi um alívio, e a esperança é a última que morre.

Como a sua família reagiu após a primeira ida para a Seleção?

– É uma coisa que você sempre sonha desde que é pequeno, mas é aquele sonho abstrato. E quando você começa a jogar futebol e vê que jogadores da sua categoria ou de categorias acima vão para a Seleção, o sonho começa a ficar mais concreto, de realidade. Você fala: o auge da minha categoria é ir para a Seleção.

– Nunca tinha sido convocado na base, mas meus pais e meu avô sempre falaram. Inclusive antes de eu ir para a Seleção, nós viajamos para os Estados Unidos. Minha mãe foi com uma camisa da Seleção com o número 4, escrito Ricardo. Ela disse: “Estou botando essa camisa porque você vai ser convocado”.

– E eu falei: “Tá bom, mãe. Tá bom”. Naquela que você não acredita. Sabe que pode acontecer, mas é muito difícil. Foi dito e feito. Quando recebi a ligação do meu representante, minha esposa só berrava. Meu pai parou o carro no meio da serra, disse que não conseguia mais dirigir. Ele e minha mãe só berravam. Depois pegaram minha irmã, vieram para cá e me levaram para o aeroporto. É muito gratificante. Eu estava em êxtase. Só caiu a ficha quando cheguei na Colômbia, no Pré-Olímpico.

Escalação contra a Argentina, partida vencida por 3 a 0 pelo Brasil e que carimbou a classificação para a Olimpíada

– No jogo mais importante, ele confiou em mim. Graças a Deus, a gente conseguiu a vitória, a classificação, e eu fui bem. Acho que aí foi a minha virada de chave no ano de tudo. Me ajudou no contrato, a me enxergarem com outros olhos, não só o Vasco, mas a torcida do Vasco também.

– Sempre tiveram carinho por mim, mas, quando você vê um jogador do seu time na Seleção e representando bem o país e o seu clube, realmente te enxergam com outros olhos. Com certeza vou dar o meu melhor no Vasco para voltar à Seleção. Quem vai quer voltar (risos).

“Monitor gamer”, a nova parafernália de Ricardo nas concentrações

– Eu jogo muito videogame. Tomo vários esporros porque volto do treino e vou deitar tarde. O monitor gamer tem uma resposta mais rápida que a televisão, eu jogo Call of Duty e o Fifa. Ajuda bastante no jogo.

– Eu não levo, mas a TV da concentração é muito grande. Quando a TV é muito grande, é ruim para jogar por causa do delay e porque você não consegue ver tudo. Concentrei no jogo do Sport e falei: “Não dá para jogar aqui, na próxima eu vou levar”.

– Deu certo, não tinha conseguido ganhar uma no Call of Duty. É um passatempo. Você aproveita a concentração para descansar, mas também para se divertir um pouco. A melhor maneira de passar o tempo na concentração é junto com os amigos na resenha, vendo jogos, mas também podendo jogar videogame, onde eu converso com amigos que estão na Europa, nos Estados Unidos e em outros lugares do Brasil.

O sucesso no Vasco e as idas à Seleção consequentemente encurtarão sua passagem pelo clube. Você está para ser papai também. Quais seus sonhos ainda dentro do clube, tanto pessoais quanto esportivos?

– Na carreira, o meu sonho hoje é conquistar todos os títulos possíveis com o Vasco. Enquanto estamos na Copa do Brasil, na Sul-Americana e no Brasileiro, temos que sonhar e nos empenhar para sermos campeões.

– Em relação à Europa, é o sonho de todo jogador jogar uma Champions League, o meu não é diferente. Mas desde que seja uma coisa boa para minha e para o Vasco. Se não for para os dois, com certeza eu vou ficar.

– Inclusive deixei isso bem claro antes de eu renovar. Eu poderia sair de graça ou para outro clube e não saí. Então não tem um porquê para fazer isso depois. Tenho contrato com o Vasco até 2023, minha cabeça está no Vasco até 2023. Se surgir alguma coisa no meio do caminho, com certeza o Vasco será o primeiro a saber, vamos sentar para conversar. E eu só vou sair se o Vasco concordar, e eu também. Tirando isso, fico no Vasco até meu contrato acabar e até quando eles me quiserem.

– E meu objetivo pessoal é que a minha filha nasça com saúde, que ela tenha orgulho do pai. E que eu, ela, minha esposa e toda a minha família sejamos muito felizes. O sonho pessoal é bem simples. O sonho de carreira não é tão simples assim, mas, trabalhando e se empenhando, com certeza fica bem mais fácil.

Stephanye está grávida, e Luísa chegará logo para inserir Ricardo Graça, do Vasco, no time dos papais — Foto: Reprodução
Stephanye está grávida, e Luísa chegará logo para inserir Ricardo Graça, do Vasco, no time dos papais — Foto: Reprodução

Carinho por “Ramonstro”, como se refere a Ramon Menezes

– Ramon conhece mais do Vasco que todos nós por ter sido campeão da Libertadores, por ter vivido lá dentro. Ele é um cara que entende o torcedor, que entende a gente porque jogou. Ele é bastante estudioso, então já sai na frente nessas coisas.

– Sou até suspeito de falar do Ramon, porque no ano passado eu já era muito colado com ele. Nos dávamos muito bem. De conversar, trocar ideia e treinar antes de eu saber que ia ser treinador, ele era auxiliar permanente.

– Nossa relação sempre foi muito aberta, de ele falar o que eu tinha de melhorar e o que eu tinha que manter. Comigo e com o Andrey. Sempre falou muito com a gente e sempre conversou muito antes e depois do treino.

– O chamo de Ramonstro até hoje. Os treinos deles são muito bons. Quando estávamos no time reserva, pedíamos para treinar com o Ramon porque sabíamos que o treino dele era bom. Porque ele ia dar atenção para nós e nos faria evoluir em conceitos táticos e técnicos. Os treinos dele continuam sendo muito bons.

– Para o pessoal que sabia da qualidade dele como técnico, uniu o útil ao agradável. Sabíamos que, mesmo novo, ele tinha capacidade total de assumir. Para nós, foi uma grata surpresa e, graças a Deus, deu certo. Espero que a gente continue com esse rendimento e ganhando os jogos para ele poder alavancar nessa carreira de treinador.

– No Brasil, é muito mais difícil do que lá fora. E ele merece. Além de ser um ótimo treinador, é uma excelente pessoa. Tenho certeza que é um ótimo pai. Até brinco com ele porque ele tem três filhas e de que eu posso seguir o caminho dele. Estou na minha primeira filha. Ele está sempre com a família, com as filhas e está sempre junto. Admiro bastante dentro e fora do campo.

O Vasco vai para o seu primeiro jogo fora de casa. Acredita que isso pode mudar a postura do time em relação ao jogos em São Januário?

– Acho que ficou um pouco mais equilibrado, porque não tem mais o apoio das torcidas. Apesar que sou um cara que nem escuto muito o que vem do lado de fora, fico muito focado no jogo. Escuto muito mais em São Januário, onde a gente até fala que é o território hostil (risos). Como é tudo muito perto, e a torcida está sempre junto, escuto bastante em São Januário. A torcida não deixa você se desligar e faz muita falta em São Januário.

– Acho que não vamos mudar o nosso padrão de jogo. Aliás, acho não. Tenho certeza. Ramon já falou que quer que a gente jogue dentro e fora de casa com a mesma postura, propondo o jogo, fazendo saída de três ou de quatro. Com triangulações, passagens e jogando a bola de pé em pé, sem muito lançamento, e tentando achar o Cano.

– Como a gente jogou contra Sport e São Paulo, acho que vai ser o mesmo padrão contra o Ceará. Temos que ter um padrão de jogo, óbvio que você tem de estudar os pontos fortes do adversário e mudar alguma coisa ou outra.

– Temos o nosso padrão, que é propor jogo, estar com a bola e marcação agressiva. Se estão no nosso campo, não pode pensar. Temos a nossa característica, temos de mantê-la e dar atenção especial ao que ele vai falar sobre pontos fortes do Ceará e nos pontos onde ele acha que a gente pode ganhar o jogo.

– No vídeo que ele passar para nós, ele vai falar os atalhos, como falou nesses dois últimos dois jogos. Se Deus quiser, vamos fazer um grande jogo e trazer os três pontos para casa.

 — Foto: Divulgação