Jornal Povo

Comissão da Alerj adia votação sobre cassação de deputados

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) adiou mais uma vez a decisão sobre o recebimento da denúncia contra os cinco deputados presos em novembro de 2018 na Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava-Jato. A reunião foi suspensa após os deputados Rodrigo Amorim (PSL) e Leo Vieira (PSC) pedirem vistas. Com isso, a votação sobre a abertura do processo que pode resultar na cassação dos mandatos dos parlamentares só será retomada na próxima segunda-feira.

Os deputados Marcus Vinícios Neskau (PTB), André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT) e Marcos Abrahão (Avante) foram presos sob a acusação de integrar um esquema de loteamento de cargos no estado, além de dar apoio na Alerj ao então governador Sérgio Cabral em troca de propina. O processo ainda não foi concluído. Os cinco foram soltos por decisão da Alerj em outubro do ano passado, depois de a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que a Casa decidisse sobre a prisão dos políticos. Eles foram soltos, mas ficaram afastados por decisão da Alerj até maio deste ano, quando o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, autorizou a volta deles à Casa.

A decisão sobre a concessão de vistas foi feita por votação, pedida pelo deputado Chicão Bulhões (Novo), suplente do conselho, que afirmou não haver previsão regimental para o pedido. Acompanharam Bulhões, a presidente do grupo, deputada Martha Rocha (PDT), e o deputado Flávio Serafini (PSOL), autor da denúncia. Foram favoráveis à concessão de vistas, além de Vieira e Amorim, os deputados Rosenverg Reis (MDB) e Zeidan (PT).

— Infelizmente, fomos voto vencido, e vamos ter que esperar, mas, na segunda-feira que vem, vamos decidir sobre o recebimento dessa denúncia — disse Bulhões.

Em nota, Rodrigo Amorim diz que, se o caso não for bem analisado, “corre-se o risco de decisões que resultem em impunidade”.

Fonte: Jornal Extra