Jornal Povo

Presidente da Câmara autoriza abertura da CPI dos Guardiões do Crivella, que deve ter base governista

A autorização para a instalação da CPI dos Guardiões do Crivella foi publicada nesta sexta-feira (4) no Diário Oficial da Câmara dos Vereadores, um dia após a Casa rejeitar a admissibilidade do impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos).

A denúncia feita à Casa foi fundamentada na revelação do RJ2 sobre a existência do “Guardiões do Crivella” – grupo em aplicativo de conversas criado para tentar calar o trabalho de jornalistas e impedir denúncias da população sobre a situação precária da saúde municipal.

Jorge Felippe, presidente da Câmara, entendeu que o pedido “possui fato determinado concreto” e é de competência municipal, além de ter obtido as 17 assinaturas mínimas para a abertura.

Próximos passos

A composição da CPI depende da representação partidária e deve ser definida na próxima semana, conforme apurou o G1.

Na terça-feira (1º), mesmo dia em que foi aceito um pedido para investigar o caso dos “Guardiões do Crivella” em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara do Rio, a base governista aumentou e deve ter maioria na CPI.

A oposição teme que essa alteração faça com que a CPI “acabe em pizza”. A mudança que inflou o bloco governista se deu com a entrada do Solidariedade no “Bloco por um Rio mais humano”, com partidos da base de Crivella.

Antes da entrada, o bloco poderia indicar dois membros para a CPI. Agora, poderá indicar três.

Provável composição da CPI

  • Teresa Bergher (Cidadania)
  • Três membros do bloco governista
  • Um membro do bloco PSC/DEM

Os vereadores de oposição relembram o caso do “Fala com a Márcia”. Na ocasião, o argumento para barrar o pedido de impeachment sobre o caso foi de que já havia uma CPI — exatamente como ocorreu na última quinta.

A CPI teve base governista e decidiu que não havia indício de irregularidade. Ninguém foi responsabilizado criminalmente.

A reunião do “Fala com a Márcia” ocorreu em julho de 2018 na sede da Prefeitura, a portas fechadas e os convidados não podiam usar o celular.

Crivella ofereceu agilidade para quem precisasse cirurgia de cataratas e varizes, por exemplo. Para ter o benefício, os indicados deveriam “falar com a Márcia”, funcionária supostamente indicada pelo prefeito para organizar a “fila paralela”.

Fonte: G1