Assassino do jornalista Tim Lopes, em 2002, o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi encontrado morto com um lençol entorno ao pescoço e preso a uma pequena grade, no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. A informação é da advogada ele, Lucéia Macedo, com base em relatos de peritos que estiveram na cela. A defensora disse ainda que vai aguardar o laudo pericial para saber a hora exata da morte de criminoso, já que esteve no presídio na terça-feira, dia 22, por volta das 16h, para um encontro com seu cliente e foi informada de que ele não queria vê-la nem o advogado do Rio que a acompanhava.
— A única informação que eu tenho é que a perícia encontrou ele com um lençol amarrado na cela, em seu pescoço. É a única informação que eu tenho até o momento. Daqui a pouco a gente vai para o IML para liberar o corpo e aí vou ter mais informações. Eles têm uma ventana na cela. Foi ali que ele teria sido encontrado com um lençol amarrado no pescoço, preso nessa grade. Eu o atendi 15 dias atrás, mas não dá para saber se havia sinais de depressão ou de descontrole emocional — conta Lucéia.
Segundo a advogada, as informações dão conta de que foi suicídio. Corpo de Elias Maluco poderá ser transladado ainda nesta semana.
— A linha de investigação é essa. Até porque se alguém tivesse entrado na cela dele para fazer isso, o sistema penitenciário teria flagrado. Há câmeras de segurança, isso tudo vai ser investigado. Vamos ver a causa mortis depois da perícia — desconfia.
Antes da pandemia da Covid-19, os encontros entre advogados e clientes eram feitos numa sala com um vidro separando os dois. Agora, são feitos por vídeoconferência. Por isso, a defensora alega que não conseguiu determinar como ele estava emocionalmente.
— A gente o via pela TV, então não dá para a gente sentir o estado emocional dele. É um encontro muito impessoa, então a gente não consegue identificar o olhar da pessoa. Ele sempre foi muito alto astral. Não dá para entender o que aconteceu. Agora, as visitas acontecem em 30 minutos. A portaria 35 do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) autoriza a gente a atender por 30 minutos por videoconferência. Eles vão para uma cela onde tem uma TV e a gente fica na outra sala — explicou Lucéia.
A defensor explica, ainda, que foi embora do presídio depois da suposta recusa de Elias Maluco e que só soube de sua morte quando chegou a Cascavel, onde mora.
— Tinha uma reunião com ele na terça-feira, às 16h, para falar do andamento processual, da família. Chegamos lá e fomos informados que ele recusou ser atendido. Depois, quando cheguei em Cascavel, recebi a notícia de que ele estava morto. Estou achando muito estranho. Como ele pode ter recusado atendimento se já deveria estar morto? Vamos tentar levantar essas informações para saber o horário exato em que ele foi morto. Queremos saber se ele foi encontrado na hora do nosso atendimento, quando foram buscá-lo para levá-lo para outra sala. No presídio, as celas são individuais. Estamos aguardando procuração pública para fazer o reconhecimento do corpo e sua liberação para o translado para o Rio de Janeiro — diz Lucéia.
A assessoria de imprensa do Depen informou que, para confirmar o suicídio oficialmente, é preciso aguardar o resultado da perícia da Polícia Federal. Elias Maluco teria se desentendido com o Marcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, chefe da maior facção criminosa do Rio.
Fonte: Jornal Extra