Terminou com final feliz a passagem do Flamengo pelo Equador na fase de grupos da Libertadores 2020. A vitória sobre o Barcelona por 2 a 1 foi um grande alívio, depois de uma semana conturbada, que começou com goleada na altitude e terminou com a classificação bem encaminhada no grupo A mesmo com 11 desfalques.
O resultado deixa o time rubro-negro com nove pontos, na segunda posição, e ameniza a pressão sobre o técnico Doménec Torrent depois do 5 a 0 sofrido diante do Del Valle. Este é o próximo adversário do Flamengo na competição, aliás, dia 30, no Maracanã.
Depois do primeiro jogo no Equador, o Flamengo ainda sofreu com o cancelamento de um treino por causa de cinzas de um vulcão, teve a confirmação de nove casos de Covid-19, sete em jogadores que iriam para o jogo, e montou operação de guerra para trazer quatro jovens do Brasil, que percorreram 36h de saga depois de o avião ser proibido de passar pelo Peru para chegar ao Equador. Para piorar, o jogo com o Barcelona por pouco não foi adiado.
Para os supersticiososque conhecem o Flamengo, era a senha para uma atuação em campo digna do clube que se acostumou a viver na adversidade. Mas não foi tão simples assim. Embora o primeiro tempo tenha sugerido. O gol de Pedro logo aos cinco minutos depois de bela arrancada de Gérson deixou o Flamengo mais à vontade na partida.
Com a escalação de Thuler na lateral direita, Dome preservou a linha de quatro na defesa, com proteção de Arão, e adiantou Gerson e Thiago Maia. A dupla de meias teve atuação muito boa. O que conferiu toque de bola e posse mesmo na casa do adversário, que não conseguia agredir.
Mas os homens do ataque não ficaram atrás. Além do gol, Pedro saiu bem da área e deu opções para a movimentações dos companheiros. O principal deles foi Arrascaeta. O uruguaio apareceu na área para marcar o segundo. E mostrou um repertório de alto nível na criação de jogadas. Esse cenário não durou muito.
No segundo tempo, o Flamengo recuou um pouco, tocou menos a bola, e o Barcelona se lançou ao ataque. Mas a falha defensiva na bola longa foi o que levou o time da casa a diminuir. Pelo lado direito, o lançamento surpreendeu Thuler e Rodrigo Caio, e Martínez fez 2 a 1. O Barcelona colocou mais atacantes em campo. Justamente para explorar as brechas nas laterais do Flamengo. Tanto que Renê foi para a direita no lugar do zagueiro.
Antes disso, César evitou o empate. O que era tranquilidade, virou apreensão. O time de Dome diminuiu o ritmo e ainda perdeu Pedro, com dores musculares. Lincoln entrou, assim como o lateral-esquerdo Ramon, mas nos minutos finais a estratégia foi tentar segurar o resultado com a bola no ataque. Com apenas 17 dos 27 atletas da delegação que viajou ao Equador à disposição, o treinador não lançou mão de nenhum dos quatro que chegaram depois. Mesmo com a parte física pesando no fim da partida.
Fonte: Jornal Extra