Uma plenária da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), responsável por organizar os desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca, decidiu que não haverá desfile em fevereiro de 2021 por causa da pandemia da Covid-19. A Liesa estuda a possibilidade de realizar desfiles em outra data.
Após a reunião, na noite desta quinta-feira, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, se pronunciou e afirmou que não há possibilidade de a festa acontecer na data anteriormente prevista.
— Não é o cancelamento, e sim o adiamento e busca por solução. Para fevereiro, não tem como ter desfile. Para fevereiro, estamos buscando alternativas para permitir que as escolas possam tem um projeto, para não prejudicar o carnaval — disse. — Vai depender do prazo para ter o desfile dos moldes atuais em 2021. Estamos aguardando para saber se teremos definição da vacina e quando terá a imunização. Não temos segurança para definir uma data.
Castanheira disse que não quer deixar as pessoas que dependem do carnaval sem resposta, mas que, por enquanto, ainda não há nada definido
— O modelo tradicional requer um tempo maior de produção, por isso estamos buscando alternativas. Nossa expectativa é de poder fazer com que as pessoas que dependem do espetáculo não fiquem sem resposta. Nada impede que mais pra frente achemos uma solução. Há previsões que dizem que só a partir de abril teremos segurança. Veremos em que meses, com as autoridades, poderíamos ter um modelo alternativo — concluiu.
Em julho, os presidentes das agremiações já tinham concordado que só seria possível realizar os desfiles caso uma vacina estivesse em comercialização. Na ocasião foi definido que o martelo só seria batido em setembro, data limite para as escolas começarem a produzir o carnaval.
— Só imaginamos o desfile com uma vacina. Não conseguindo uma vacina ou plano de atuação que garanta a segurança para todos até meados de setembro, será difícil apresentar no molde atual. Depois disso pode ser que fique inviável apresentar o carnaval da forma que é conhecido hoje. Na condição de hoje é eticamente improvável ter o desfile — afirmou Jorge Castanheira em julho.
Procurada, a Riotur considera que a decisão da Liesa “reflete a coerência dentro do cenário que vivemos e está de acordo com as conversas que o presidente em exercício da Riotur Fabrício Villa Flor de Carvalho e o presidente da Liesa Jorge Castanheira mantinham”. Segundo o órgão, as conversas com a Liga seguirá em busca de “alternativas e soluções para o planejamento de um carnaval seguro.”
Blocos também são contra festejar o carnaval sem vacina
A festa do carnaval de rua também deve ficar para 2022. Segundo Rita Fernandes, presidente da Liga Sebastiana, as organizações dos blocos já definiram que não é possível festejar nas ruas da cidade sem que a população esteja vacinada. Ela explica que, para adiar os desfiles, o ideal seria que ocorressem no primeiro semestre, já que pelo calendário da cidade, a segunda metade do ano já possui diversos outros eventos.
— Para nós já foi consenso que sem a população vacinada não tem como. É muito pouco provável com o nosso cenário de hoje que a gente possa ter carnaval em 2021 — lamentou Rita.
Fonte: Jornal Extra