O técnico Odair Hellmann foi um dos principais alvos da torcida após a eliminação do Fluminense na Copa do Brasil para o Atlético-GO, na última quinta-feira. Além de críticas nas redes sociais, o treinador teve o nome citado em protestos no desembarque, junto com os do presidente, Mário Bittencourt, e do diretor executivo de futebol, Paulo Angioni.
Embora na dinâmica do futebol brasileiro situações como essas correm risco de mudar em dias, a diretoria não pense na interrupção do trabalho do técnico neste momento, apesar da crescente insatisfação dos torcedores e até de correntes internas no clube.
Em 37 jogos no comando do Fluminense, Odair tem um aproveitamento de 53,1%, com 17 vitórias, oito empates e 12 derrotas.
Mesmo com as saídas precoces tanto na Copa do Brasil quanto na Sul-Americana, a cúpula do futebol acredita que Odair ainda tem capacidade de realizar uma campanha sólida no Brasileirão. Listamos as razões que fazem a diretoria descartar uma demissão e dar um voto de confiança ao trabalho do treinador:
Retrospecto no Inter
A consistência de resultados de Odair no Inter foi uma das principais razões de sua contratação pelo Fluminense. O treinador pegou o clube gaúcho em dificuldades, retornando da Segunda Divisão e, em quase um ano e 11 meses, obteve 61 vitórias, 27 empates e 28 derrotas (um aproveitamento de 60,34%). Não conquistou títulos, mas levou o time à classificação para a Libertadores. A diretoria confia que esta solidez pode fazer o Fluminense ter um Brasileirão sem drama de luta contra o rebaixamento e, quem sabe, brigar por objetivos maiores.
Gestão do vestiário
Outro ponto que pesou para sua contratação no início do ano foram as informações recebidas de ser um bom administrador de vestiário. O que a diretoria entende que esteja acontecendo no Fluminense. O treinador, chamado de “Papito” por todo o elenco, tem bom relacionamento com os jogadores e tem conseguido manter um ambiente positivo e evitar vaidades, com o desafio de ter que lidar com atletas badalados no banco de reservas, como são os casos de Ganso e Fred. Vale lembrar que ano passado, por exemplo, Ganso chegou a ter problema de relacionamento com Oswaldo de Oliveira.
Trabalho com jovens
Os anos de formação como treinador nas categorias de base do Inter no currículo também pesam a favor do técnico. Em um Fluminense com dificuldades financeiras, a diretoria acredita que Odair tenha capacidade de identificar potenciais dos jogadores formados em Xerém para que possam ser utilizados no time principal. Curiosamente, torcedores colorados reclamavam que o técnico aproveitava pouco os jovens revelados pelo clube.
Indicações de reforços
As conversas da diretoria com Odair sobre reforços também mostram que não há o pensamento de interrupção de trabalho no momento. Inclusive, o recém-contratado Danilo Barcelos e Lucca, próximo de acertar com o clube, foram indicações do treinador. para a sequência da temporada.
Exemplo do passado
Por fim, a diretoria entende que uma mudança de comando só atrapalharia os rumos do time, usando o passado recente como exemplo. Nos últimos cinco anos, o clube trocou 15 vezes de treinador, uma média de três por temporada, e o time só ganhou a Primeira Liga em 2016 e não conquistou nenhum título de expressão e sequer ficou entre os 10 primeiros no Campeonato Brasileiro.
Fonte: GloboEsporte