A corrida pela prefeitura de Niterói começa hoje. Devido à cláusula de barreira, três dos oito candidatos ficarão fora da propaganda eleitoral no rádio e na TV, prevista para começar dia 9. Candidaturas de coligações amplas chegam mais competitivas, com tempo nos veículos de comunicação, e tentarão imprimir nos políticos a imagem de gestores.
Pelo menos cinco campanhas tentarão construir a imagem de candidatos com capacidade para administrar problemas de uma cidade com orçamento de R$ 3,4 bilhões para o ano que vem, quantia que aumenta o nível de cobrança do eleitorado. Axel Grael (PDT), que reúne outros 14 partidos (SDD, PT, Cidadania, PP, PL, Patriota, Avante, PV, MDB, PSB, PCB , PRTB, Rede e Pode) em torno da sua candidatura, deve ficar com mais da metade dos dois tempos diários de dez minutos, na Rede TV!.
Candidato do prefeito Rodrigo Neves, Axel vai vincular sua imagem à atual gestão:
— Nossa campanha será propositiva. Nosso foco será mostrar a continuidade da gestão.
A estratégia do candidato da situação faz dele o principal alvo de ataques. O TSE contabilizará esta semana o tempo exato que cada campanha terá na TV, mas a tendência é que Deuler da Rochar (PSL), com apoio do Republicanos, tenha cerca de dois minutos, os quais pretende usar para criticar a atual administração.
— A população muitas vezes é enganada por falsos gráficos, falsas pesquisas. Vamos apresentar um grande plano de governo— diz.
Candidatos sem a propaganda gratuita
A reforma eleitoral de 2017 deixou de fora do fundo partidário e da propaganda no rádio e na TV os partidos que não tiveram, nas últimas eleições para a Câmara de Deputados, o mínimo de 1,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço dos estados, com um mínimo de 1% do eleitorado em cada. Em razão disso, as candidaturas de Danielle Bornia (PSTU), Renata Esteves (PMB) e Tuninho Fares (DC) ficarão sem tempo.
Danielle Bornia vai usar a campanha para criticar a medida que a deixou de fora da TV e do fundo eleitoral partidos como o dela.
— Vamos denunciar como é antidemocrático esse processo eleitoral, que não impacta na melhora da vida dos trabalhadores — afirma.
Renata Esteves aposta na repercussão de sua chapa com Soraia Cantarino, a primeira exclusivamente feminina a concorrer em Niterói.
— Nosso foco será a inclusão feminina, de pessoas com deficiência e idosos. São temas importantes para Niterói e que têm nos dados muita receptividade — acredita.
Tuninho Fares admite as dificuldades em disputar com as coligações maiores, mas aposta no corpo a corpo:
— Nossa campanha é pé no chão. Sabemos que é difícil, que vamos enfrentar candidatos com grande poder econômico, mas através das redes sociais e da presença nas ruas vamos fazer nossas propostas chegarem (à população).
As diversas estratégias
Felipe Peixoto (PSD) entra com estratégia diferente da última eleição, quando partiu para o ataque e foi derrotado por Rodrigo Neves. O candidato tem apoio do DEM, do PSDB e do PROS, o que deve lhe garantir o 3º maior tempo de TV. Quer usar o espaço para consolidar a imagem de político experiente e chegar ao 2º turno.
— Sou bastante conhecido na cidade e quero mostrar que tenho maior capacidade técnica e política para administrar Niterói. No segundo turno, é uma outra eleição; o tempo é o mesmo, e com certeza estaremos lá — acredita.
Flávio Serafini (PSOL) tentará usar os cerca de 30 segundos que terá para convidar o eleitor a acessar suas redes sociais, onde se destaca, com maior número de seguidores. E Juliana Benício, que concorrerá pela primeira vez em chapa puro-sangue do Novo, também quer usar os cerca de dez segundos para impulsionar seu perfil nas redes.
— Estamos construindo um partido nos moldes da contemporaneidade.
Fonte: Jornal Extra