Cerca de duas semanas após retomar as atividades, para novamente fechar as portas após uma decisão da Justiça que suspendeu a volta às aulas, a Escola Nova, na Gávea, Zona Sul do Rio, foi uma das instituições particulares da cidade que retomaram as atividades presenciais nesta quinta-feira.
Depois de dois meses de incertezas, a Justiça determinou nesta quarta-feira que a Prefeitura do Rio pode autorizar o retorno das aulas presenciais na rede privada. A decisão foi tomada por unanimidade pelo desembargador Peterson Barroso Simão, da 3ª Câmara Cível, e outros dois magistrados, que julgaram um agravo de instrumento sobre a decisão que impedia o município de liberar o funcionamento das unidades de ensino.
Na Escola Nova, alunos do 1º, 4º, 5º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio voltaram à unidade. Na fachada do prédio, desenhos de estudantes mais novos davam as boas-vindas. As ilustrações foram colocadas no portão há alguns dias, e algumas trazem a frase “queremos voltar pra escola”.
— Estamos dando continuidade ao que estava planejado para aquela semana em que tudo foi interrompido. A adesão agora está bem maior, principalmente entre as turmas mais velhas. Acho que esse tempo fez os pais se prepararem melhor para o retorno — explica Mariana Guaraná, uma das diretoras da unidade.
Entre os alunos, a sensação é um misto de animação com ansiedade, e também nervosismo com a possibilidade de as aulas serem novamente interrompidas. Pietra, de 7 anos, chegou a dar uns pulinhos de alegria antes de entrar na escola e passar pelo protocolo de limpeza e medição de temperatura.
— Naquela semana que as aulas foram suspensas, ela ficou bem triste. É difícil para eles entenderem. Ela encontrava os amiguinhos na pracinha, e não entendia por que não podia voltar para a escola — conta o pai da menina, Paulo Farias.
As aulas presenciais também foram retomadas nesta quinta-feira no CEL Intercultural School. De acordo com a direção, o retorno voluntário começa com turmas do Fundamental 1, nas unidades da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, do Norte Shopping, no Cachambi, Zona Norte, e da Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, Zona Sul.
Unidades ainda estudam retomada
Enquanto isso, outras unidades ainda se prepararam para voltar a receber os alunos. No Colégio Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, na Zona Sul, a volta às aulas presenciais está programada para a próxima segunda-feira, assim como no Inovar Veiga de Almeida, na Barra.
Ainda no início de agosto, quando a prefeitura autorizou o retorno facultativo das atividades presenciais nas escolas, a Camões-Pinochio, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, chegou a reabrir. Na época, foram cerca de 40 alunos, de um total de 570. A direção da escola trabalha com a possibilidade de retomar as aulas também na próxima segunda.
— Estamos conversando com o jurídico. Se tudo der certo vamos contactar os pais sobre os protocolos de segurança e abrimos na segunda-feira — diz Luciano Nogueira, diretor-executivo da escola.
Já no Colégio Santo Inácio, em Botafogo, na Zona Sul, ainda não há previsão para o retorno, assim como no Colégio Marista São José, na Tijuca, Zona Norte, e na Barra, e no Centro Educacional Anisio Teixeira (Ceat), em Santa Teresa, na região central.
Em um comunicado enviado aos responsáveis, a direção da Escola Edem, em Laranjeiras, disse que “o quadro de incertezas continua enorme”. A unidade ainda não tem data para a volta dos alunos. “O ‘cabo de guerra’ entre diversas esferas de poder parece não ter fim. A escola vem se preparando para o retorno às aulas, mas, concretamente até o momento, as escolas particulares não têm qualquer segurança na área jurídica sobre o que deve ser feito”, diz a circular.
A direção da Escola Carolina Patrício, na Barra e São Conrado, discute nesta quinta-feira uma data para a retomada das atividades. Já a rede Pensi, com unidades em nove bairros das zonas Sul, Norte e Oeste, decidiu manter, por enquanto, as aulas remotas, e ainda não trabalha com datas para a retomada do ensino presencial.
Fonte: Jornal Extra