Jornal Povo

Um dia após princípio de incêndio, pacientes do Hospital Lourenço Jorge relatam cheiro de fumaça

Um dia após um curto-circuito causar um princípio de incêndio no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, pacientes e acompanhantes relataram ter sentido um forte cheiro de queimado na unidade, na madrugada desta sexta-feira. A Secretaria de Saúde informou que toda a rede elétrica passou por uma inspeção e nenhum problema foi encontrado. De acordo com a pasta, “seguindo os protocolos de segurança, durante a inspeção realizada, pacientes foram retirados da emergência”.

Karina Mendes, que está acompanhando a avó, disse ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, que no momento em que as pessoas comeram a sentir o cheiro de fumaça, houve desespero:

– Foi um cheiro de fumaça horroroso. Tem idosos acamados que não têm como sair, foi um desespero. Graças a Deus ninguém ficou ferido. Jogaram todo mundo para o meio do corredor. Um calor do caramba, uma mosquitada, um descaso. Não passava uma enfermeira. Nem um médico que tem de passar todo dia na noite, passou para falar com eles.

Natiele Silva, que também acompanha sua avó, contou ao “Bom Dia Rio” que funcionários do Lourenço Jorge queriam reter os documentos e impedir as pessoas de saírem da unidade para dar entrevistas à imprensa. Ela se queixou ainda de demora para marcar cirurgias, de superlotação e disse que está dormindo numa cadeira quebrada.

– Minha avó vai fazer uma semana para operar – destacou.

Imagens do “Bom Dia Rio” mostraram pacientes numa área externa do hospital durante a madrugada. Ao telejornal, a Secretaria municipal de Saúde informou que não há qualquer fundamento na denúncia de que a unidade tentou reter documentos para evitar que acompanhantes saíssem para dar entrevista. Já a diretor Lourenço Jorge, Daniel Giani, disse que vai apurar o comportamento dos seguranças em com as equipes de reportagem e os acompanhantes dos pacientes. Ele informou, ainda, que a escala da equipe médica está completa.

Susto na quinta-feira

Nesta quinta-feira, um curto-circuito ocorrido no quadro de disjuntores do Lourenço Jorge provocou um princípio de incêndio na unidade. Por causa disso, pacientes da emergência tiveram que ser remanejados para outro setor do hospital. A transferência foi uma medida de segurança, informou a Secretaria municipal de Saúde.

Cinco mortes em 2018

No dia 3 de novembro de 2018, um incêndio de grandes proporções atingiu a Coordenação de Emergência Regional (CER) do Lourenço Jorge. Na ocasião, cinco pacientes que estavam internados no local morreram: em estado grave, quatro não resistiram à transferência para outra unidade. O quinto teria inalado muita fumaça e morreu após ser transportado.

No setor consumido pelo fogo, que teve início pouco antes das 16h, havia 54 pacientes — cerca de 20 adultos na ala vermelha e 30 na ala amarela. Crianças e pessoas em tratamento de doenças mentais também recebiam tratamento na área. Testemunhas contaram que houve pânico e correria.

Fonte: Jornal Extra