Jornal Povo

Operação contra a milícia tem nove presos em Duque de Caxias

Rio – Três grupos paramilitares que disputam território em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, são alvos de uma megaoperação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio, na manhã desta quinta-feira (8). Até às 8h45, nove criminosos que estavam foragidos haviam sido presos. Um dos alvos foi localizado em Rio das Ostras, na Região dos Lagos. Outros dez mandados de prisão foram cumpridos contra pessoas que já estavam no sistema prisional.

A Operação Prospera, visa cumprir 25 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão. As investigações duraram pouco mais de um ano e meio e começaram através de dezenas de denúncias anônimas repassadas pela comunidade à 60.ª DP (Campos Elyseos).

O bando, segundo o MP, é responsável por uma guerra sangrenta nos bairro Saracuruna, Jardim Primavera, Vila Urussaí.

Entre os indiciados, está um policial militar que é acusado de fornecer munições para aos milicianos. De acordo com o delegado Uriel Alcântara, da Delegacia de de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), inicialmente o PM irá responder pelo porte de arma. Outro PM também é alvo das investigações, mas não teve mandado de prisão expedido. 

O cabo do exército Brasileiro, Davison Sanches Melo, conhecido pelo apelido de Moranga, também teve mandado de prisão expedido. O paraquedista é acusado de fazer parte da milícia do bairro Jardim Primavera.

Três homens apontados como lideras dos bandos foram identificados. São eles: Márcio Henrique Idalgo Rodrigues dos Santos, vulgo MH, João Victor do nascimento Faria Soares e o terceiro criminoso conhecido por “Careca”.

Participam da operação, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), a 60ª DP (Campos Elíseos), a 112ª DP(Carmo) e a 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).

ASSASSINATOS, EXTORSÕES E EXPULSÕES

Além da autoria de diversos assassinatos, segundo o MP, o grupo é responsável por extorquir moradores e comerciantes. Ainda segundo as investigações, para ampliar território a milicia passou a explorar os serviços de transportes alternativos, como vans e mototáxis. O bando ainda fazia cobrança nos serviços de internet, TV a cabo clandestina e segurança. Quem não cumpria a ordem dada pelo bando era passível de pena. Muitos eram expulsos da própria casa, segundo apontam as investigações. 

A guerra entre os grupos paramilitares explodiu em 2019, segundo a investigações, quando, na época, houve a prisão de 31 milicianos. “Ao longo do segundo semestre do ano passado surgiu um conflito entre dois grupos rivais. No fim das investigações identificamos a participação de mais um grupo, totalizando três milícias diferentes nessas regiões”, explicou o delegado Uriel Alcântara. 

A polícia identificou que as ordens para os ataques vinham de dentro dos presídios e de milicianos que agiam na Zona Norte do Rio. 

Fonte: O Dia