A Justiça do RJ negou, nesta sexta-feira (9), pedidos de prisão domiciliar feitos pela ex-vereadora e ex-deputada Cristiane Brasil (PTB) e pelo empresário Flávio Chadud.
Os dois foram presos na segunda fase da Operação Catarata, em setembro, por supostos desvios nos contratos de assistência social, entre 2013 e 2018, que pode ter desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos.
Em seus pedidos, Cristiane e Flávio alegavam fazer parte do grupo de risco para Covid-19, mas, segundo a Justiça, não conseguiram comprovar.
Segundo a juíza Simone de Faria Ferraz, os advogados de Cristiane sustentaram que a ex-deputada “sofre de ‘transtorno misto depressivo ansioso’, fazendo uso de medicamentos” e “em acompanhamento médico-psiquiátrico desde fevereiro de 2018”.
Simone pontuou, no caso de Cristiane, que “não foi juntado aos autos qualquer relatório médico indicando se tratar de enfermidade crônica que integre grupo de risco para Covid-19”.
Outros dois pedidos aceitos
A juíza, no entanto, concedeu a prisão domiciliar a outros dois presos: o ex-delegado Mario Jamil Chadud, pai de Flávio, e o ex-diretor de administração financeira da Fundação Leão XIII João Marcos Borges Mattos.
Eles deverão cumprir a prisão em casa, monitorados por tornozeleira eletrônica.
Na operação também foi preso o então secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes.
O que dizem os denunciados
Em nota, Cristiane Brasil afirmou que a denúncia é “uma tentativa clara de perseguição política”.
“Tiveram oito anos para investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não fizeram pois não quiseram”, disse. “Mas aparecem agora que sou pré-candidata a prefeita numa tentativa clara de me perseguir politicamente, a mim e ao meu pai.”
“Em menos de uma semana, Eduardo Paes, Crivella e eu viramos alvos. Basta um pingo de racionalidade para se ver que a busca contra mim é desproporcional. Vingança e política não são papel do Ministério Público nem da Polícia Civil”, emendou.
Em nota, a defesa de Flavio Chadud disse: “Os fatos não são novos. O TCE e a própria Fundação Leão XIII não identificaram prejuízos nos contratos da SERVLOG, vencidos na disputa através do pregão eletrônico. Não teve direito a prestar depoimento e colocar sua versão nos autos. A prisão é desnecessária e completamente sem justificativa fática e jurídica”.
A defesa de Pedro Fernandes disse que o secretário “ficou indignado com a ordem de prisão”.
“O advogado dele vinha pedindo acesso ao processo desde o final de julho, mas não conseguiu. A defesa colocou Pedro à disposição das autoridades para esclarecimentos na oportunidade. No entanto, Pedro nunca foi ouvido e só soube pela imprensa de que estava sendo investigado por algo que ainda não tem certeza do que é”, diz a nota.
“Pedro confia que tudo será esclarecido o mais rápido possível ,e a inocência dele, provada”, emendou.
O Jornal Povo não conseguiu contato com as defesas de João Marcos Borges Mattos e de Marcus Vinicius Azevedo.
Fonte: G1