Jornal Povo

Odair evita falar de Mano e revela que Fred que estava escalado para bater pênalti: “Deu a bola a Nenê”

O Fluminense venceu o Bahia por 1 a 0 no Maracanã pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, chegou aos 24 pontos e subiu para a quinta colocação, na zona de classificação para a pré-Libertadores. O autor do gol da vitória foi Nenê, em cobrança de pênalti que ele mesmo sofreu. Na coletiva pós-jogo, porém, o técnico Odair Hellmann revelou que era Fred quem estava escalado para bater, mas o camisa 9, na hora, cedeu a bola ao meia, que ainda não desperdiçou nenhuma cobrança com a camisa tricolor:

– Hoje estava definido que era o Fred a bater o pênalti. Temos muitos bons batedores de pênalti. Fred e Nenê são dois grandes batedores de pênalti. É difícil até fazer uma escolha de quem bate. O Nenê que vinha batendo e fazendo os gols e o Fred que é um grande batedor. E eu tinha definido para o Fred bater o pênalti. Mas ele foi lá e entregou a bola ao Nenê, que foi lá e fez o gol – revelou Odair.

Para Odair, este foi um exemplo de que o coletivo está acima do individual no grupo do Fluminense:

– Esse tipo de situação mostra que o coletivo está acima. O Fred viu que o Nenê estava batendo os pênaltis. Ele pode em uma próxima vez, se eu definir por ele, bater ou eu posso definir o Nenê e o Nenê entregar para ele. São situações de representatividade muito grande dentro de um grupo de futebol. Ter essa sensibilidade, essa maturidade, esse olhar coletivo. E Papai do Céu abençoa com gol, com a vitória. Atitudes individuais em prol do coletivo.

Nenê, Fred, Fluminense x Bahia — Foto: André Durão
Nenê, Fred, Fluminense x Bahia — Foto: André Durão

“Nada a declarar”, sobre Mano Menezes

Odair foi perguntado também sobre a irritação de Mano Menezes, técnico do Bahia, que chamou a atenção durante a partida. Mano se recusou a cumprimentar o técnico do Fluminense após o apito final (veja no vídeo). O treinador do Flu, no entanto, preferiu não responder sobre o assunto:

– Nada a declarar. Próxima pergunta – disse Odair, permitindo ao repórter autor do questionamento realizar uma nova pergunta.

Mano Menezes e Odair Hellmann, em Fluminense x Bahia - 15ª rodada do Campeonato Brasileiro 2020 — Foto: André Durão
Mano Menezes e Odair Hellmann, em Fluminense x Bahia – 15ª rodada do Campeonato Brasileiro 2020 — Foto: André Durão

Com o resultado, o Fluminense ganhou mais uma posição na classificação. Ultrapassou o Palmeiras e agora é o quinto colocado, com 24 pontos, na zona de classificação para a pré-Libertadores. Sem perder há quatro jogos, o Fluminense terá um grande desafio pela frente na sequência do Brasileiro. Pega o líder Atlético-MG, no Mineirão, na próxima quarta-feira.

– Nossa busca é o próximo jogo, contra o Atlético-MG. Fazer um jogo competente, forte, organizado, técnico, dentro da nossa construção, fortalecido na parte física em todos os aspectos… Todo jogo é muito difícil. O Atlético-MG é o líder do campeonato, está jogando muito bem, tem uma imposição muito grande dentro de casa.

Confira mais declarações de Odair Hellmann:

ANÁLISE DA PARTIDA
Uma vitória importante na nossa caminhada. Um jogo extremamente difícil em todos os sentidos. A equipe se comportou muito bem em todos os aspectos, em todas as fases do jogo. Não foi um jogo de muitas situações. Foi um jogo muito competitivo, muito organizado. Nenhuma das equipes conseguiu um número expressivo de finalizações. Mas finalizamos, com jogadas trabalhadas, com situações importantes, dentro do que viemos fazendo. Fomos efetivos, merecemos a vitória.

Fizemos um jogo de muita organização. Trabalhamos a bola. Quando tivemos espaço para fazer a transição em contra-ataque também buscamos. Criamos algumas infiltrações e tabelas na defesa do Bahia… O Bahia se postava muito bem defensivamente, tentava explorar os contra-ataques. Conseguimos evitar. Nosso “ataca-marcando” hoje foi muito bem estabelecido, para não darmos o contra-ataque ao Bahia. Vitória importante. Trabalho do grupo.

POR QUE JOGADORES RECUPERADOS DE COVID QUE ERAM TITULARES COMEÇARAM NO BANCO?
Precisamos ter um entendimento que eles não ficaram só dez dias parados. Eles ficaram dez dias com uma doença, uma doença que não conhecemos, uma doença cujos médicos e cientistas estão avançando na análise e tratamento. Não sabemos qual é a consequência de um atleta pós-Covid em um treinamento de alto rendimento, então você tem que fazer as coisas aos poucos, preservando a saúde das pessoas, dos atletas. Se eu visualizasse que, dentro do processo que eles iniciaram na segunda-feira, algum dos atletas tivesse uma situação um pouco mais favorável… Mas na minha análise, do departamento médico, da fisiologia – não é um ser que decide tudo -, por tudo o que aconteceu, precisam passar por um processo de retomada, importante nesse re-treinamento, para visualizar se não terão nenhuma sequela, preservando a saúde em primeiro lugar.

A outra é a confiança do grupo. O grupo deu uma resposta bastante positiva nesses três, quatro jogos. Tudo isso, conjugado, fez com que eu tomasse essa decisão para o jogo de hoje. E será assim na quarta-feira e será assim na sequência. A importância do grupo que eu falo sempre. Igualdade e respeito a todos, para que quando eles tenham oportunidade, possam render como estão rendendo, e dando resposta como estão dando.

MAIS SOBRE IMPORTÂNCIA DO GRUPO
Ressalto a importância do grupo. Em um ano normal o uso do grupo, a não repetição de escalação, já acontece, imagina em um ano atípico… Não podemos de deixar 105% a cada jogo, para buscar sempre as vitórias, que são o objetivo na caminhada. Nossa visualização não é lá na frente em fevereiro. É trabalhar amanhã para montar o time mais forte para quarta-feira.

VAGA NA PRÉ-LIBERTADORES É ALCANÇÁVEL?
Até agora estamos fazendo um excelente campeonato. Claro, com dificuldades, mas com menos dificuldades pela qualidade que os jogadores estão impondo em campo em todos os sentidos, pela qualidade do grupo, pelo esforço, pela dedicação de todos. Mas é só o caminho. Estamos no caminho. O fim é só em fevereiro. Temos que brigar jogo a jogo. Temos que ter tranquilidade nas derrotas. Saber o que está fazendo de bom, corrigir o que está errando. E na sequência positiva, temos que ter o mesmo equilíbrio. É uma caminhada positiva, mas é só a 15ª rodada. Temos que manter o equilíbrio nas derrotas e nas vitórias. Quando perder, buscar dar uma resposta o mais rápido possível. Nas vitórias, nem tudo está certo. Precisamos visualizar situações importantes para melhorar. Para continuar competitivo, não colocar limites. Nós estamos representando um clube gigante. E a cada jogo temos que dar a vida para buscar a vitória. Cada jogo é uma final para nós. A partir de amanhã é trabalhar mais forte, porque precisamos manter essa sequência, manter essa força, para continuar na frente.

LANCES QUE FLUMINENSE PEDIU PÊNALTI
Eu não vi o lance ainda com calma, mas pelo que me falaram parece que foi pênalti. O segundo, na hora, na sensação do jogo, eu vi que a pressão tinha sido feita nas costas e não no ombro, na dividida do ombro. Na minha visualização, também foi pênalti. Mas a primeira eu não vi, só recebi os comentários de que foi pênalti. Poderia ter no mínimo olhado o lance, se tem a situação do Var. Mas tudo bem, passou. No último jogo, aconteceu um lance muito parecido e o árbitro parou o jogo, foi lá ver, visualizou contra nós e deu o pênalti. Mas o importante é que a equipe manteve a cabeça no lugar, o jogo impositivo e conseguiu a vitória.

MICHEL ARAÚJO E PRÓXIMA PARTIDA
Acho que é difícil. Temos que esperar ainda, mas acho que é difícil. O que eu tenho ficado muito feliz é que a gente tem usado bastante variações táticas dentro da própria partida, para iniciar, dentro do próprio jogo, mudanças de posicionamento e vamos visualizar situações importantes para gente tentar tirar esse jogo do Atlético-MG de imposição, agressividade no setor ofensivo, de pressão pós-perda muito forte para que a gente consiga minimizar esses pontos forte, mas também consiga dar volume, jogar, criar nossas situações. O conceito central não muda, a gente tem feito variações no sistema e vamos visualizar bem o que a gente faz para esse próximo jogo.

JOGO CONTRA O ATLÉTICO-MG SERÁ O “ÚLTIMO” NO MEIO DE SEMANA
A gente tem feito essa maratona. Quando nós tivermos oportunidade de espaço entre os jogos do Campeonato Brasileiro, a gente tem que aproveitar para trabalhar forte para manter esse nível de disputa, de atuação, para gente conseguir continuar caminhando nessa parte da frente da tabela. Sendo impositivo, aproveitando para fazer algumas movimentações, algumas situações. E usar bem essa semana. Não deixar cair ritmo de treinamento, não deixar cair ritmo de dia a dia para, quando você for para o jogo, ter uma imposição, melhorar, porque eu cobro muito esse melhorar a cada jogo. Cada jogo é um capítulo. Esse já passou. Agora nós precisamos melhorar para o próximo para que a gente consiga se manter nesse nível de caminhada que não é fácil.

NENÊ
Está fazendo um grande ano por tudo que vem fazendo desde o início do ano. É um grande atleta. Se dedica todos os dias. É um cara que treina muito. Sempre foi um cara muito profissional durante sua carreira. Por isso, está colhendo os frutos dessa performance. Eu, como treinador, vou buscando variações, formas para ajudar e potencializar características como a do Nenê, como a do Fred, dentro de uma equipe, dentro de um contexto tático, coletivo, para que a gente possa usar o que eles têm de forte, de imposição, de característica.

A gente tem buscado variações táticas, trocado bastante esses posicionamentos para fortalecer cada vez mais as características dos jogadores e que eles se sintam bem à vontade para produzir seu individual para a equipe. A gente tem conseguido até agora, mas como eu disse, a gente não ganhou nada, nem o primeiro turno terminou, é só a 15ª rodada. Para nós, a vitória acabou. A partir de agora, de amanhã, é muito trabalho para que a gente recomece, se esforçando na semana, para fazer um bom jogo quarta-feira. Cada jogo para nós é um capítulo e a gente precisa se dedicar da mesma forma para conseguir êxito.