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PM autoriza e secretário de Saúde do Rio terá escolta de fuzil

A secretaria estadual da Polícia Militar atendeu a um pedido feito pelo secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, e vai ceder um fuzil com quatro carregadores e 100 munições para uso pela escolta do secretário. O pedido, revelado pelo GLOBO na semana passada, foi feito dias depois da morte de um diretor do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo. Investigadores da Delegacia de Homicídios trabalham com a hipótese de execução por conta de disputas por poder na unidade.

Em nota, a secretaria de saúde negou que Chaves ou outro integrante da pasta tenham recebido qualquer ameaça. Segundo a nota da secretaria, “o fuzil foi solicitado de forma oficial à Polícia Militar como parte das medidas de segurança adotadas pela equipe de segurança institucional”.

Ex-diretor de grandes unidades de saúde do estado, Carlos Alberto Chaves tem fama de “xerife”, e ficou conhecido por fazer “choques de gestão” por onde passou. Ele chegou a ser ameaçado quando foi diretor do Hospital Estadual Getúlio Vargas, no ano de 2007.

O fuzil, de modelo compacto, será usado pelos policiais militares que atuam na segurança da secretaria, que ficam lotados na 1ª Companhia Independente da PM, localizada no Palácio Guanabara.

A autorização para a cessão da arma foi concedida pelo secretário estadual da PM, coronel Rogério Figueiredo. O despacho foi assinado pelo chefe de gabinete do secretário na última quinta-feira (15).

Polícia investiga morte

A solicitação de um fuzil para a escolta do secretário aconteceu quatro dias depois da morte de José Dídimo do Espírito Santo, no último dia 4. Apesar do caso ter sido incialmente tratado como latrocínio, investigadores da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) trabalham com a hipótese de execução. José Dídimo era agente aposentado da Polícia Federal e teria trocado tiros com quatro bandidos após ter sido fechado por eles na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104), em Niterói.

A polícia investiga se uma disputa de poder na troca da gestão entre duas Organizações Sociais (OSs) no hospital motivou o assassinato. Funcionários da direção da unidade já foram ouvidos pelos investigadores, e imagens de câmeras de segurança do local também estão sendo analisadas.

Fonte Jornal Extra