Jornal Povo

Com mais volume, Botafogo esbarra em Tadeu e na falta de brilho individual

Com 10 empates em 17 jogos, o Botafogo ainda busca equilíbrio e regularidade para ter uma semana de paz no Campeonato Brasileiro. Depois do 0 a 0 com o Goiás na noite da última segunda-feira, não será desta vez que o elenco alvinegro terá dias tranquilos para seguir a preparação no Nilton Santos.

O Botafogo foi melhor em vários aspectos, mas esbarrou nos próprios erros e deixou de subir cinco posições na tabela do Brasileirão. Após um primeiro tempo de muita pressão e objetividade, a equipe se perdeu na segunda etapa.

Com Bruno Nazário de volta ao time titular após lesão no tornozelo, Lazaroni optou por manter Honda avançado e escalar o camisa 10 mais aberto na direita. Do outro lado, Rhuan completou o trio de ataque, que teve Pedro Raul como centroavante.

Diferentemente de partidas passadas, o Botafogo apresentou um jogo propositivo e foi mais objetivo no Nilton Santos. Taticamente, o time se comportou bem, mas faltaram alternativas para furar a defesa muito bem postada do Goiás.

Os números explicam o domínio alvinegro na primeira parte do confronto: 67% de posse de bola e 15 finalizações contra apenas quatro da equipe esmeraldina.

O time usou bem as pontas do campo, tentou infiltrações e lançamentos e apostou em vários momentos nas finalizações de fora da área. Acionado na esquerda, Rhuan voltou a cometer erros nas decisões. Construiu boa jogada para chute de Honda e finalizou uma bola para defesa de Tadeu. Fora isso, o atacante se complicou quando recebeu a bola.

Os chutes de fora da área pouco tiveram efeito, porque a maioria deles esbarrou na defesa compacta do Goiás e não chegou ao destino final. Pedro Raul recebeu poucas bolas em boas condições. Parou em Tadeu quando cabeceou no contrapé do goleiro após bom cruzamento de Kevin. O centroavante foi o principal finalizador, com seis chutes, se movimentou e apareceu como opção também fora da área, mas perdeu fôlego com o passar dos minutos.

Foi um jogo de paciência em que faltou ao Botafogo talentos individuais para vencer a defesa do Goiás. O time insistiu, mas não foi recompensado e se desestabilizou no segundo tempo.

Goleiro do Goiás acabou com boa parte da paciência do Botafogo — Foto: André Durão/ge
Goleiro do Goiás acabou com boa parte da paciência do Botafogo — Foto: André Durão/ge

Além da falta de alguém que desequilibrasse a partida, o Botafogo esbarrou na excelente noite de Tadeu. O goleiro do Goiás fez ótimas intervenções para impedir a derrota do time visitante. Cavalieri também não ficou atrás e salvou o Bota em outros momentos.

A objetividade e organização que o Botafogo mostrou na primeira etapa deram lugar a um time sem identidade e que tentava chegar ao gol de qualquer maneira no segundo tempo. As alterações pioraram a equipe, enquanto do outro lado o Goiás conseguiu incomodar um pouco mais, porém sem eficiência.

O Botafogo terminou o jogo com 62% de posse de bola e 22 finalizações, 10 a mais que o Goiás. Pelo Brasileirão, o time volta a campo só no dia 31 de outubro, contra o Ceará, às 17h, no Nilton Santos. Antes, no dia 27, vai enfrentar o Cuiabá, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Lazaroni terá uma semana cheia de treinos.

Deu bom

  • Objetividade e organização no primeiro tempo. O Botafogo mostrou recursos e tentou de várias formas furar a defesa adversário, não insistindo apenas nos mesmos ataques.
  • Honda e Caio Alexandre. A dupla voltou a participar bem e contribuiu com bons passes, tentando guiar o Botafogo na pressão ao adversário.
  • Kevin. Apesar de não apresentar regularidade, o lateral-direito foi bem participativo e ajudou a construir as jogadas ofensivas. Ainda falta acertar mais no último lance.

Deu ruim

  • Rafael Forster. Apesar de importante para o esquema do Botafogo, o zagueiro que atua como volante voltou a errar muitos passes, evidenciando a necessidade de o clube contratar alguém para a posição de primeiro volante.
  • Rhuan. O atacante foi lúcido em alguns lances e conseguiu desenvolver, mas ainda toma muitas decisões erradas e não mostrou recursos para sair da marcação do Goiás.
  • Substituições. O Botafogo terminou o jogo desorganizado e sem a postura que apresentou no primeiro tempo. As mudanças parecem ter bagunçado ainda mais o time.
  • Individualidade. Se fez um bom jogo coletivo em parte do primeiro tempo, faltou brilho individual ao Botafogo para sair da “arapuca” do time goiano.