O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) morreu no Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (21), aos 83 anos, vítima de Covid-19. O político, que estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul da cidade, foi o primeiro senador em exercício a morrer de coronavírus.
De acordo com comunicado publicado no perfil do senador no Twitter, Oliveira teve falência dos órgãos em decorrência da Covid (veja abaixo a mensagem).
“Comunicamos que nesta noite (dia 21 de outubro) o Senhor Jesus recolheu para si nosso amado irmão, Senador Arolde de Oliveira. Falecido vítima de Covid e como consequência a falência dos órgãos. A família agradece o carinho e orações. Mais informações à posteriori.”
A internação do senador foi no dia 5 de outubro, conforme confirmou a assessoria de imprensa do político. Até aquela data, porém, não havia informações sobre o estado de saúde dele.
Em outra rede social, José Horácio Gattiboni, sobrinho do senador, publicou uma mensagem se despedindo do tio e lembrando de realizações de Oliveira.
“É com o coração despedaçado que comunico a todos que meu querido tio Senador Arolde de Oliveira acaba falecer. Poucos homens orgulharam tanto e fizeram tanto pelo nosso país.Agora ele se encontra com Aroldinho, Benoni, Eloiza, Valter, Inês, Horácio, Margarida, Zeca, e todos os amigos e familiares que já partiram”, lamentou Gattiboni.
Quem deve assumir a vaga de Arolde é o primeiro suplente, o advogado Carlos Francisco Portinho (PSD). Ele foi subsecretário de Habitação do Rio de Janeiro na gestão do ex-prefeito Eduardo Paes. No perfil em uma rede social consta que Portinho é sócio na empresa Stockler Macintyre & Portinho Advogados.
Posts polêmicos
Em abril, o senador defendeu o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 e chegou a dizer que o isolamento social era “inútil” (confira abaixo).
Trajetória
Engenheiro e economista, Arolde de Oliveira foi deputado federal por nove mandatos e atualmente era senador pelo Estado do Rio. O senador também era considerado um aliado do presidente Jair Bolsonaro.
Arolde estava em seu primeiro mandato no Senado após ser eleito, em 2018, pelo Rio de Janeiro, com 17% dos votos válidos. O mais votado foi Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
Na campanha ao Senado, Arolde destacou pontos, como: ser contra a legalização do aborto, das drogas e dos jogos de azar, além de ser a favor da escola sem partido, defender o fim da progressão de pena, a redução da maioridade penal e a flexibilização do estatuto do desarmamento.
Arolde de Oliveira nasceu São Luiz Gonzaga, em 11 de março de 1937. Cursou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e depois se formou como Engenheiro pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) se especializando na área de Telecomunicações.
Além dos mandatos na Câmara e no Senado, Arolde também foi secretário de Transportes do Rio e secretário de Trabalho e Renda do Estado do Rio.
Governo e prefeitura decretam luto
Por conta da morte do senador, Governo e Prefeitura do Rio decretaram luto oficial de três dias.
‘”Recebo com profundo pesar a notícia do falecimento do senador Arolde de Oliveira, na noite desta quarta-feira (21/10), vítima da Covid-19. Seu trabalho na política e na comunicação do Brasil deixam um legado social em prol da população, em especial dos fluminenses”, declarou o governador em exercício Cláudio Castro.
O prefeito Marcelo Crivella disse que, junto com sua família está “orando para que Deus conforte seus familiares, amigos e admiradores” do senador.
“Perdemos o nosso senador Arolde Oliveira, que honrou e dignificou os votos que recebeu em sua brilhante e imaculada carreira política. Foi também deputado constituinte e secretário de transportes de nossa cidade, sempre com uma trajetória digna e honesta.”
Fonte: G1