Jornal Povo

Odair comemora momento do Fluminense, mas freia empolgação: “Jogo a jogo”

O Fluminense venceu o Santos por 3 a 1 neste domingo no Maracanã, pela 18ª rodada do Brasileirão e subiu para a 4ª colocação no campeonato, com 29 pontos. Após mais um resultado positivo, que colocou o time no G-4, zona de classificação direta para a Libertadores, o técnico Odair Hellmann concedeu entrevista coletiva e afirmou que o time mereceu a vitória, mas buscou manter os pés no chão. O treinador fez questão de frisar que não pode haver empolgação, para que o Flu se mantenha na parte de cima da tabela até a última rodada do campeonato.

– Estou feliz e orgulhoso pelo trabalho do grupo, pelo esforço, pela qualidade, pelo comprometimento dos jogadores, mesmo passando dificuldades em algumas partidas. Em algumas derrotas mantivemos a postura, união, o trabalho, para que retomássemos o melhor resultado e a melhor performance no próximo jogo. Hoje, foi vitória do grupo. Não tínhamos algumas opções. Fortaleço a ideia de quem um grupo faz a diferença em ano normal, imagina em um ano atípico como esse.

– Estamos em uma boa posição, que fizemos por merecer dentro do campo. Mas faltam muitos jogos pela frente e precisamos estar atentos. Futebol é como termina, não como começa e não como está no meio. O segundo turno sempre é muito mais difícil, é a definição do campeonato, tanto na parte de baixo como em cima. Os jogos ficam diferentes, e precisamos continuar somando o maior número de pontos para continuar nesse patamar. É com muita tranquilidade que vamos seguir jogo a jogo mostrando nossa organização, nossa postura, nosso jogo, para conseguir os resultados.

O Fluminense emplacou a sétima partida consecutiva sem derrota. O terceiro gol, que deu tranquilidade à equipe e sacramentou a vitória, foi marcado por Marcos Paulo. Para o treinador, esse gol foi fundamental para a retomada de confiança do atleta e para a sequência da equipe na temporada.

– O atacante tem esse timing da necessidade do gol dentro do processo de confiança. Marcos Paulo não é diferente. É um jovem promissor, excelente menino, excepcional jogador. Há uma disputa benéfica ao grupo e talvez na função de lado de campo seja onde temos mais opções com características diferentes. E tenho usado esses jogadores em momentos diferentes. Marcos Paulo está dentro desse processo. Fico feliz que tenha feito o gol para confiança dele. Que bom que foi nesse momento importante do jogo. É nessa disputa, nesse respeito entre jogadores, que vamos evoluir como grupo e como time. E eu, como treinador, tenho que saber a melhor forma de aproveitar todos esses jogadores.

Na próxima rodada, o Fluminense encara o Fortaleza fora de casa, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida está marcada para o próximo sábado, às 21h, no Castelão.

Outros pontos da coletiva:

Análise da partida
Foi uma atuação de uma organização muito grande dentro da nossa estratégia e de performance, para conseguirmos o resultado. Até os 35 minutos do primeiro tempo controlamos totalmente a partida. Evitamos contra-ataques. Tomamos um gol quando estávamos sob domínio do jogo, mas foi em um momento que o Danilo estava fora da partida e sai uma bola rápida de reposição. Conversei com o grupo no intervalo, precisamos estar mais concentrado na reposição de bola, porque estávamos sem um jogador e precisávamos ter nos comunicado mais rápido para não dar essa abertura para um adversário, que não estava conseguindo criar naquele momento, achar um gol e empatar uma partida que estávamos com total domínio. Eles cresceram um pouco no 2º tempo, mas sem nos pressionar, pois mantivemos a agressividade com e sem bola na parte ofensiva do campo. Agressividade não é só sem bola, é com bola também, para manter uma circulação, com velocidade, para desequilibrar o adversário. As oportunidades foram surgindo, poderíamos ter fechado o placar antes. Algo que deixou o jogo mais ansioso, mais nervoso, mas a equipe estava muito consistente e concentrada e foi merecedora do resultado.

Fortaleza e G-4
Minha conta é buscar os três pontos contra o Fortaleza. A matemática é essa. Passo a passo, degrau a degrau para se consolidar na parte de cima. Estou feliz com o grupo, mas futebol é como termina na 38ª rodada. Então precisamos corrigir detalhes para estar lá.

Identidade da equipe
Minha tentativa era manter a personalidade do time em relação à personalidade técnica, mas a mudança de muitos jogadores tira a característica do time do ano passado. Nós tivemos que montar um time com características diferentes, e isso não é fácil, demanda um tempo. A equipe incorporou o processo, tem outros momentos da partida que são tão importantes como a parte técnica, que é a organização. Sempre prezo por um time muito equilibrado, organizado ofensiva e defensivamente. Esse grupo tem um respeito muito grande um pelo outro. Isso faz com que todos cresçam. Vivemos um esporte coletivo, não dá para nesse momento cada um pensar de uma forma, senão não vamos chegar a nenhum lugar. Estamos conseguir agregar valores importantes e as coisas estão acontecendo. Estamos mantendo isso e para lá no fim visualizar que fizemos um grande Campeonato Brasileiro.

Saída de Nenê, machucado
Naquele momento não dá nem pensar em prejuízo, porque tenho que tomar uma decisão rápida, em segundos, uma mudança até tática, buscar uma variação, que não foi o caso naquele momento, pois a equipe estava bem em todos os aspectos. Visualizo muito mais a questão de quem vai entrar do que quem vai sair.

Dificuldades impostas pelo Santos
Temos que estar sempre concentrados, era um jogo de confronto direto, para se manter na parte de cima da tabela. Com jogadores de velocidade, de improviso, de um contra um, como Marinho e Soteldo, que desequilibram qualquer sistema defensivo. Ao mesmo tempo que você tem que atacar com agressividade, você tem que estar muito bem organizado nesse ataca-marcando, para não dar espaço para uma equipe que tem essa característica e que tem conseguido impor isso contra seus adversários. É um jogo difícil. Em algum momento você vai falhar, a equipe adversária vai construir também. Mas com atenção você minimiza esse processo.

Reclamação na hora do gol
No gol, realmente, eu conversei no intervalo. Era um momento chave da partida. Estávamos com domínio total do jogo em todos os aspectos, defensivo e ofensivo. Aí um jogador do nosso time sai e batem a bola muito rápido. Falei com o Daronco, mas vi o lance depois. Achei que a bola tinha parado mais lá na frente e ele deu a bola muito adiante. Depois vi e não teve muita distância. A diferença foi na nossa concentração. Estávamos com um a menos e demoramos para nos concentrar quando a bola foi retomada. São situações que temos que melhorar. Não é porque vencemos que não há nada para melhorar, que deu tudo certo. Sou um cara tranquilo em relação a isso.

Zaga artilheira
Gol eu comemoro muito, independente da posição do jogador. É uma fase do jogo que somos fortes. Vamos continuar trabalhando para continuar a fazer esses gols.

Fonte: Ge