Rio – A Polícia Civil do Rio realiza na manhã desta terça-feira uma megaoperação contra criminosos do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. As ações acontecem simultaneamente nas comunidades ligadas ao Comando Vermelho: Nova Holanda e Parque União. Até às 8h30, seis suspeitos foram localizados e presos. A polícia ainda apreendeu dois fuzis e drogas.
Cerca de 300 agentes de várias delegacias ocupam os principais pontos da comunidade. Um levantamento da polícia aponta que as duas comunidades abrigam mais de 100 criminosos foragidos da justiça. Entre eles, os responsáveis pela morte do menino Leônidas Augusto da Silva de Oliveira, de 12 anos, morto por uma bala perdida na Avenida Brasil, durante um ataque criminoso.
Além deles, a polícia também tenta localizar os traficantes Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, e Rodrigo da Silva Caetano, conhecido pelo apelido de Motoboy, chefes do Parque União e Nova Holanda.
Investigações apontam a participação dos criminosos da Maré no assalto ao depósito do Grupo Pão de Açúcar que terminou com a morte de dois vigilantes, em junho deste ano, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
CRIMES
Além do trafico de drogas, a Polícia Civil diz que o roubo de cargas tem sido um dos braços nas finanças do Complexo da Maré. Segundo investigações, o traficante Rodrigo da Silva Caetano fica com 50% do valor arrecadado em grandes assaltos. O Disque Denuncia oferece recompensa de R$ 1 mil por informações que levem à prisão dele e do traficante Alvarenga.Segundo os agentes que participam da operação, mais de 150 veículos roubados circulam no Parque União e na Nova Holanda.
TERRITÓRIO DAS ARMAS
Um levantamento da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), divulgado pelo Jornal Povo no último domingo, apontou que o Complexo da Maré concentra um grande número de fuzis, com cerca de 300 a 400.
No ano passado, um censo feito por um grupo de moradores estudiosos, ligados a ONG Redes da Maré, mostrou que 140 mil pessoas vivem nas 16 comunidades do Complexo da Maré.