A novela de renovação de Dodi com o Fluminense segue sem ter um capítulo final. Após reunião na semana passada com o empresário do volante, Carlos Escuro, a diretoria tricolor aguardava uma resposta no início desta semana, mas até o momento não houve retorno.
A oferta apresenta pelo Flu não agradou o agente, que acha que o atleta de 24 anos não está tendo a valorização que merecia. O salário do volante gira em torno de R$ 70 mil mensais em CLT e o contrato termina no fim deste ano. A proposta atual é de mais três anos de contrato com aumento imediato de cerca de 30% de salário e reajustes progressivos nos anos seguintes até chegar a R$ 130 mil.
O estafe de Dodi, porém, entende que o reajuste está aquém da importância de Dodi, um dos titulares incontestáveis de Odair Hellmann, para a equipe. E que há diversos jogadores, muitos com status de reserva, com vencimentos bem mais altos que o do volante.
Outro fator que pesa é que, em 2019, o Fluminense recusou uma oferta de um clube da Rússia por Dodi, considerada bastante interessante em termos financeiros e o estafe esperava uma “compensação” pela permanência.
O Fluminense, por sua vez, se mostra insatisfeito com a condução do caso por parte do estafe de Dodi. Em entrevista ao programa “Donos da Bola”, da Band, o presidente Mário Bittencourt reclamou da postura do empresário.
– Fizemos uma segunda proposta mesmo sem contraproposta e foi nos prometido que ontem seria dada uma resposta ou seria feito uma contraproposta e até agora, nada. Diferente de tudo que vemos com todos os outros, Luccas Claro, Luiz Henrique… Ontem nos foi dado que semana que vem o representante estaria de volta, enfim, para fazer uma contraproposta. (…) Infelizmente, a conduta dos representantes não tem sido uma conduta que nos agrada. Não porque o jogador não tenha direito de ir para outro clube, ouvir outra proposta. A única questão é que gostaríamos apenas de saber qual o pleito. Até hoje não foi dito nem que “não gostei”, nem que “quero ganhar mais”.
Mário também disse que não há qualquer possibilidade do jogador ser sacado do time em razão do imbróglio:
– Fizemos uma boa proposta para o jogador, interessante, merecida, porque ele merece. Contrato longo, porque ele é um jovem, dentro das nossas possibilidades, da nossa organização de folha, dentro de um quesito de comparativo. Vamos continuar dando crédito, esperando que semana que vem consigamos resolver. Algumas pessoas me perguntam: “Não é melhor o jogador não estar jogando?”. Eu não acho. Não está interferindo no futebol do jogador, que está sendo muito correto. A única parte que não pode ser prejudicada nessa história toda é o Fluminense.
Dodi continua sendo o plano A do clube. Mas a diretoria não quer “fazer loucuras” para renovar. Como o Brasileiro desta temporada se estenderá até fevereiro de 2021 em razão da pandemia, o clube já começou a monitorar nomes no mercado para plano B, de olho em um eventual substituto para o volante no elenco para o ano que vem.
As conversas de renovação de Dodi com o Fluminense se estendem desde meados deste ano. Como anteriormente o volante ainda não tinha se firmado na equipe, a primeira oferta era de apenas um ano de contrato com um reajuste inferior ao atual. Após o jogador se destacar nas finais e ganhar o status de titular, o Tricolor foi aumentando a oferta até chegar nos moldes atuais.
Dodi tem três representantes, Carlos Escuro, que foi quem descobriu o atleta, é o principal. Seus dois sócios com participação no jogador são Márcio Bittencourt e Tadeu Cruz. Qualquer decisão sobre o futuro do atleta passa pelo trio de agentes.
Fonte: Ge