BRASÍLIA — Candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro nas eleições municipais deste ano enfrentam dificuldade na disputa. Bolsonaro fez propaganda para nomes em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Belo Horizonte. Alguns deles apresentam menos de dois dígitos nas pesquisas.
Bruno Engler (PRTB), por exemplo, aparece com 3% para a prefeitura de Belo Horizonte. Desde o início da campanha ele tem reforçado o apoio que recebeu do presidente. No início de outubro, Engler divulgou um vídeo em que Bolsonaro defende a sua candidatura abertamente. A gravação foi compartilhada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Outro candidato apoiado por Bolsonaro com números pouco expressivos é Coronel Menezes (Patriota), em Manaus, que tem 5% das intenções de voto, segundo o Ibope.
Alinhado ao bolsonarismo, o candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (PROS), apresenta melhor desempenho nas sondagens. Ao contrário dos seus colegas, no entanto, não tem incluído o nome de Bolsonaro em seus programas eleitorais. Capitão Wagner aparece em primeiro lugar nas pesquisas, com 28% das intenções de voto, enquanto a segunda colocada, Luizianne Lins (PT), tem 23%.
Ao GLOBO, em outubro, o candidato do PROS afirmou que pretendia utilizar o apoio de Bolsonaro na “reta final” do primeiro turno. Segundo ele, o presidente se comprometeu a entrar nas campanhas, de fato, somente nos últimos 15 dias antes do primeiro turno. Apesar disso, o presidente não mencionou a candidatura dele durante transmissão realizada em suas redes sociais na semana passada.
— Ele (Bolsonaro) disse que só quer colaborar, que não quer atrapalhar de forma nenhuma. A gente deu a positiva para ele, falou que seria importante, sim, ter o apoio dele — disse na ocasião Capitão Wagner, que segue sem usar o nome de Bolsonaro na campanha.
Embora não sejam formalmente apoiados pelo presidente, alguns candidatos que tentaram colar suas candidaturas ao nome de Bolsonaro também não decolaram. Em Curitiba, os candidatos Fernando Francischini (PSL) e Marisa Lobo (Avante), ligados ao bolsonarismo, registram menos de 10% das intenções de voto. O mesmo ocorre em Belém, Porto Alegre e Salvador.
Fonte: O Globo