LONDRES – A vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford deve apresentar os resultados do estudo de fase 3 antes do final do ano, mas não é possível dizer se será lançada antes do Natal, segundo representantes de Oxford.
“Estou otimista de que poderemos chegar a esse ponto antes do final deste ano”, disse o investigador chefe do estudo da Universidade Oxford, Andrew Pollard, sobre a apresentação dos resultados ainda este ano.
Pollard disse que a constatação de que a a vacina funciona ou não provavelmente virá este ano, depois que os dados sejam revisados pelos reguladores. Só então será tomada uma decisão política sobre quem deve receber as doses. “Pela nossa parte, estamos chegando perto, mas ainda não chegamos”, disse Pollard, diretor do Grupo de Vacina de Oxford.
Questionado se esperava que a vacina começasse a ser distribuída antes do Natal, ele disse: “Há uma pequena chance de isso ser possível, mas simplesmente não sei”.
“Nossos testes são apenas um dos que estão acontecendo ao redor do mundo, alguns dos quais podem ser relatados antes do final do ano. Essas etapas precisarão acontecer para várias vacinas diferentes”, disse.
Espera-se que a vacina Oxford/ AstraZeneca seja uma das primeiras de grandes empresas farmacêuticas a ser submetida à aprovação regulatória, junto com a candidata da Pfizer e da BioNTech.
Uma vacina que funciona é vista como uma virada de jogo na batalha contra o novo coronavírus, que matou mais de 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, fechou partes da economia global e virou a vida normal de cabeça para baixo para bilhões de pessoas.
Pollard disse que o Food and Drug Administration (FCDA, a Anvisa americana) estabeleceu como padrão um mínimo de 50% de eficácia para a vacina, um nível que teria um impacto transformador na pandemia.
“Mas ser capaz de testar 50% cientificamente é muito mais difícil — você precisa que muito mais casos ocorram nos testes. Portanto, acho que todos esperamos que a vacina seja mais eficaz do que isso, o que significa que teremos uma resposta mais cedo. Não se sabe qual é o nível real de eficácia no momento — ninguém abriu seus ensaios e olhou os dados até agora.”
Fonte: O Globo