O fim de turno e o início do returno do Flamengo dão sinais preocupantes. A equipe de Domènec Torrent não conseguiu vencer nenhum dos principais concorrentes pelo título. Primeiro o empate com o Inter (2 a 2), depois a goleada para o São Paulo (4 a 1), e neste domingo uma derrota para o Atlético-MG marcada por um atropelo do adversário sobre um sistema defensivo que vem se desmantelando ao longo dos últimos jogos (4 a ).
O time de Jorge Sampaoli precisou de apenas sete minutos para fazer dois gols e terminou batendo o atual campeão brasileiro com mais dois. Além de uma atuação pavorosa da zaga, o Flamengo também esteve em dia ruim na criação e na finalização. Essa foi a quarta partida que o time teve a chance de assumir a liderança do Brasileirão, mas desperdiçou. Agora, caiu da segunda para terceira posição, a um ponto do Inter.
O resultado vistoso fez da defesa do Flamengo a segunda pior da competição, com 29 gols sofridos, atrás apenas do Goiás, lanterna, com 33. O Atlético-MG marcou com Gustavo Henrique, contra, Sasha, Keno e Zaracho. Foi o décimo sexto jogo em que o Flamengo levou gols no torneio. E novamente um placar elástico. Só em quatro passou sem ser vazado até aqui. Com a decisão de escalar Gustavo Henrique, que vem em má fase, Dome expôs o time e o jogador. E acabou ele mesmo sendo minado pela sequência de partidas ruins da equipe.
Tanto que depois do jogo, a temperatura subiu nas redes sociais, com muitas críticas e pedidos pela saída do espanhol. A diretoria se reuniu com Dome no Mineirão, e o técnico foi para a entrevista coletiva pressionado. Mas disse que confia no próprio trabalho e no dos jogadores do Flamengo.
— Se estivéssemos a oito pontos do Inter, tomássemos de 4 na Copa aí sim teríamos problema grave. Quando ganham, ganham todos, quando perdem, normalmente perde o técnico, mas estamos todos juntos — disse, tentando amenizar o ambiente para o mata-mata da Copa do Brasil quarta-feira, contra o São Paulo.
Em campo, Gabigol, que voltou ao time após mais de um mês, saiu do banco sem fazer nada demais, mas deixou clara uma mensagem:
— Não é aceitável passar por isso. Temos um grande elenco, uma grande torcida, uma decisão na quarta, e precisamos do apoio deles.
No primeiro gol adversário, Gustavo Henrique não teve culpa sozinho. O defensor não alcançou Sasha, e desvirou contra o próprio gol. Mas na jogada pela esquerda, Filipe Luis não teve cobertura de um volante, e também não fez o corte.
Em seguida, o Galo trocou passes na intermediária e dessa vez abriu o jogo com Keno, pelo lado direito da defesa rubro-negra. O atacante conseguiu receber, armar o chute e acertar o canto, enquanto Isla tentava fazer linha de impedimento. Mal deu para respirar, 2 a 0 no placar. O Flamengo entrou com uma postura ofensiva, e deixou sua defesa desprotegida. Os atacantes pressionaram a saída de bola do Atlético-MG, e a segunda linha de marcação novamente ficou menos compacta do que deveria para diminuir os espaços.
No ataque, o time de Dome não conseguiu criar situações de perigo real no primeiro tempo, mas as duas equipes finalizaram pouco. A diferença é que o Atlético-MG foi eficiente no ataque. E também na defesa. As armas do Fla, como as subidas de Isla e Bruno Henrique, foram bem bloqueadas. Restaram os cruzamentos de média distância.
No começo do segundo tempo, Pedro acertou o travessão após bola levantada, e no rebote Bruno Henrique desperdiçou com o goleiro caído. Mais adiante, o mesmo Pedro finalizou bem, mas Everson defendeu. O volume do Flamengo aumentou. O time carioca passou a liderar em número de finalizações. Mas os donos da casa estavam impetuosos.
Em contra-ataque, 13 minutos, Arana fez boa jogada pela esquerda e serviu Sasha, que mergulhou e cabeceou entre as pernas do jovem Hugo Souza. O que era dramático piorou. Sem pernas para reagir, o Flamengo ainda perdeu Filipe Luis, que sentiu um incômodo na coxa.
O o time já estava praticamente entregue. O quarto gol do Galo em contra-ataque fechou o caixão. no jogo. Mas Dome ainda resiste.
Fonte: Jornal Extra