Assessores do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) estão sendo investigados por uma suposta prática de rachadinha – termo usado para definir o repasse de salário do funcionário de um gabinete parlamentar. Recentemente, o senador Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por esta mesma prática.
As informações bancárias das quebras de sigilo de funcionários de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), senador e irmão mais velho de Carlos, obtidas por ÉPOCA mostram que assessores do “zero um” também sacavam integralmente seus salários em espécie quando davam expediente junto ao zero dois na Câmara Municipal do Rio — era comum o revezamento de assessores entre as vagas de ambos os rebentos de Jair Bolsonaro ao longo de seus mandatos.
No caso de Flávio, como houve quebra de seu sigilo, já é possível aferir que enquanto seus empregados sacavam dinheiro vivo e a conta do ex-policial militar Fabrício Queiroz engordava, o então deputado estadual curiosamente teve a seu dispor mais de R$ 3 milhões em espécie para além de seus rendimentos como parlamentar.
Embora os dados levantados pela investigação do Ministério Público (MP) sejam sobre o gabinete de Flávio, ali estão indícios de que, junto ao zero dois, existia um modus operandi similar ao operado por Queiroz ao coletar os rendimentos dos funcionários de Flávio.
Durante o período em que constava como funcionária nos gabinetes do atual senador e de Carlos, Andrea Siqueira Valle fazia faxinas para sobreviver mesmo com salário como assessora parlamentar que ultrapassava os R$ 7 mil.
A reportagem de ÉPOCA teve acesso a informações exclusivas da quebra de sigilo bancário e fiscal dela entre 2007 e 2018. Os dados revelam que, enquanto esteve nomeada como assessora de Carlos, Andrea sacou, em espécie, 97% de tudo que recebeu da Câmara de Vereadores. Nesse mesmo período, ela manteve o hábito de sacar R$ 1.000 todos os meses, perto das datas de pagamento do salário.
Fonte: Época