O diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Aherj), Graccho Alvim, acredita que as principais armas contra a proliferação da Covid-19 são as máscaras de proteção. Segundo ele, o equipamento pode ser a razão para a cidade não enfrentar uma nova explosão no número de internações.
Para Graccho, apesar do aumento de 40% no número de pacientes com sintomas de coronavírus nas emergências das unidades particulares de saúde nas últimas duas semanas, a maioria dos atendimentos é de casos leves da doença.
A principal explicação do especialista para esse fenômeno é a maior utilização das máscaras de proteção.
“Nós acreditamos que o uso da máscara não diminui a potência do vírus, mas diminui a carga viral transmitida. E isso diminui a chance de o vírus causar problemas graves. Quanto menor a carga viral, menor a severidade da doença. A carga viral está diretamente ligada a intensidade da infecção”, explicou o médico.
Graccho, além de representar a Aherj, também integra o Subcomitê de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, responsável por avaliar a retomada das atividades no município e monitorar a situação da rede de saúde.
Segundo ele, a proliferação da doença no Rio está aumentando e preocupa. Contudo, ainda não é possível observar um aumento no número de internações na rede particular de saúde.
“O aumento da infecção está acontecendo no Rio de Janeiro e essa pressão é nas emergências dos hospitais. Só que os casos são menos graves. São muitos casos leves. A maioria dos casos não precisa de internação”, comentou Alvim.
De acordo com o médico, as internações por Covid-19 também diminuíram bastante em outras regiões do estado, como em Campos dos Goytacazes, nas cidades da Baixada Fluminense e na Região Litorânea.
Ocupação de leitos do SUS
Segundo os números apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS), o total de pacientes internados com sintomas do novo coronavírus apresenta leve tendência de queda, desde setembro.
Na rede SUS da capital, que inclui hospitais da rede municipal, estadual, federal e conveniados, a taxa de ocupação na UTI estava em 77%, na última sexta-feira (13). Na ocasião, a rede contava com 815 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 407 em UTI.
Na segunda semana de julho eram 1.078 internações; em agosto, 887; em setembro, 940; e na segunda semana do mês passado 847.
Menos leitos de covid na rede
A Prefeitura do Rio informou que, nas últimas semanas, as taxas de ocupação de leitos sofreram impactos e um aumento devido ao fechamento de hospitais do Governo do Estado e também dos hospitais de campanha da rede D´Or. Além do recente fechamento dos leitos federais do Hospital Federal de Bonsucesso, que pegou fogo no último dia 27.
Fonte: G1