Jornal Povo

Covid-19: diretor de associação de hospitais no RJ diz que máscaras podem estar ajudando a conter nova explosão de internações

O diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Aherj), Graccho Alvim, acredita que as principais armas contra a proliferação da Covid-19 são as máscaras de proteção. Segundo ele, o equipamento pode ser a razão para a cidade não enfrentar uma nova explosão no número de internações.

Para Graccho, apesar do aumento de 40% no número de pacientes com sintomas de coronavírus nas emergências das unidades particulares de saúde nas últimas duas semanas, a maioria dos atendimentos é de casos leves da doença.

A principal explicação do especialista para esse fenômeno é a maior utilização das máscaras de proteção.

“Nós acreditamos que o uso da máscara não diminui a potência do vírus, mas diminui a carga viral transmitida. E isso diminui a chance de o vírus causar problemas graves. Quanto menor a carga viral, menor a severidade da doença. A carga viral está diretamente ligada a intensidade da infecção”, explicou o médico.

Graccho, além de representar a Aherj, também integra o Subcomitê de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, responsável por avaliar a retomada das atividades no município e monitorar a situação da rede de saúde.

Segundo ele, a proliferação da doença no Rio está aumentando e preocupa. Contudo, ainda não é possível observar um aumento no número de internações na rede particular de saúde.

“O aumento da infecção está acontecendo no Rio de Janeiro e essa pressão é nas emergências dos hospitais. Só que os casos são menos graves. São muitos casos leves. A maioria dos casos não precisa de internação”, comentou Alvim.

Passageiros no BRT lotado no ramal Transoeste passam pela estação Mato Alto, em Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira, 08. Um decreto publicado no fim da noite de sexta-feira, 05, em edição extra do Diário Oficial, deu início à flexibilização do regime de isolamento social no estado do Rio de Janeiro devido ao novo Coronavírus (Covid-19). — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Passageiros no BRT lotado no ramal Transoeste passam pela estação Mato Alto, em Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira, 08. Um decreto publicado no fim da noite de sexta-feira, 05, em edição extra do Diário Oficial, deu início à flexibilização do regime de isolamento social no estado do Rio de Janeiro devido ao novo Coronavírus (Covid-19). — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

De acordo com o médico, as internações por Covid-19 também diminuíram bastante em outras regiões do estado, como em Campos dos Goytacazes, nas cidades da Baixada Fluminense e na Região Litorânea.

Ocupação de leitos do SUS

Segundo os números apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS), o total de pacientes internados com sintomas do novo coronavírus apresenta leve tendência de queda, desde setembro.

Na rede SUS da capital, que inclui hospitais da rede municipal, estadual, federal e conveniados, a taxa de ocupação na UTI estava em 77%, na última sexta-feira (13). Na ocasião, a rede contava com 815 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 407 em UTI.

Na segunda semana de julho eram 1.078 internações; em agosto, 887; em setembro, 940; e na segunda semana do mês passado 847.

Menos leitos de covid na rede

A Prefeitura do Rio informou que, nas últimas semanas, as taxas de ocupação de leitos sofreram impactos e um aumento devido ao fechamento de hospitais do Governo do Estado e também dos hospitais de campanha da rede D´Or. Além do recente fechamento dos leitos federais do Hospital Federal de Bonsucesso, que pegou fogo no último dia 27.

Fonte: G1