RIO — Como faz há mais de dez anos durante o período eleitoral, o engenheiro Fabiano Sales de Oliveira, de 34, saiu de casa cedo, neste domingo, para trabalhar como mesário voluntário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No entanto, a eleição deste ano deixou marcas no rosto de quem só queria ajudar. Pouco depois de chamar a atenção de um candidato a vereador, que estaria abordando eleitores nas seções da Escola Municipal Amazor Vieira Borges, no Bairro Jardim Tropical, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Fabiano foi agredido com socos e chutes por dois homens que trabalhariam para o político. Com o supercílio cortado, o engenheiro foi levado para o Hospital Geral de Nova Iguaçu(HGNI), onde recebeu atendimento médico. Depois, ele registrou o caso na Divisão de Polícia Federal de Nova Iguaçu, onde prestou depoimento.
Segundo Fabiano a agressão foi cometida por dois homens que trabalham para Felipinho Ravis, presidente da Câmara de vereadores de Nova Iguaçu e atual candidato a reeleição. O engenheiro contou ter chamado a atenção de Felipinho por conta de abordagens feitas pelo político a eleitores (boca de urna). Em seguida, o candidato deixou o local. Pouco depois, o mesário foi pegar um objeto no carro, estacionado em frente ao colégio, quando o político se aproximou achando que estava sendo filmado com um telefone celular.
— Eu não estava filmando nada, mas ele se aproximou e pegou me celular. Eu puxei de volta. Nisso, dois homens se aproximaram e me agrediram com socos e chutes. A gente fica chateado com isso tudo. Trabalho como voluntário, sem ganhar nada, e ainda fui agredido só porque estava trabalhando. Agora, tenho medo do que possa acontecer comigo daqui pra frente — disse.
Após ser agredido, Fabiano pediu ajuda a um PM que estava de plantão na escola municipal. Ele pediu a presença de uma patrulha que levou a vítima para um hospital. Procurado, o vereador Felipinho Ravis disse, através de sua assessoria, que não cometeu agressão nenhuma e que não teve qualquer relação com o episódio. De acordo com o TRE o caso vai ser investigado pela PF que vai apurar se houve crime eleitoral ou não. Em seguida, dependendo do resultado das investigações, o Ministério Publico eleitoral poderá ajuizar uma ação sobre caso.
Fonte: Jornal Extra