Jornal Povo

Rio retoma aulas presenciais nesta terça-feira após paralisação por causa da pandemia

A Secretaria Municipal de Educação (SME) retoma nesta terça-feira (17) as aulas presenciais dos alunos do Rio, após a paralisação por causa da pandemia de Covid-19. O retorno, no entanto, não é obrigatório. Os alunos podem optar por manter o ensino remoto.

Pouco antes das 8h30, poucos alunos chegavam para as aulas presenciais na Escola Municipal Coelho Neto, em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte. Na entrada, eles recebem um kit com máscara, álcool em gel e água.

Aluna chega para aula presencial na Escola Municipal Coelho Neto, no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo
Aluna chega para aula presencial na Escola Municipal Coelho Neto, no Rio — Foto: Reprodução

Ao todo, serão 61 mil alunos de volta na rotina das escolas, que estudam em 427 unidades e retornarão às aulas presenciais.

A secretária municipal de Educação, Talma Romero Suane, afirmou que o retorno das atividades presenciais era aguardado por grande parte dos responsáveis dos estudantes.

“Muitos pais e responsáveis aguardavam com grande expectativa este momento de retorno às aulas presenciais. Lugar de criança é na escola. E a grandeza de nossa rede corresponde às expectativas dos pais, que querem o melhor para seus filhos, estudando em nossas escolas”, disse Talma.

Rede municipal de ensino retoma as aulas presenciais, mas apenas para 3 categorias — Foto: Reprodução/TV Globo
Rede municipal de ensino retoma as aulas presenciais, mas apenas para 3 categorias — Foto: Reprodução

Ainda de acordo com a pasta, professores, alunos e demais profissionais de Educação que tenham comorbidades não voltarão para as aulas presenciais. Os estudantes poderão ainda optar pela aula de forma remota.

A decisão de retornar aos trabalhos recebeu autorização do Comitê Científico da Prefeitura do Rio. Neste primeiro momento, três categorias de estudantes irão voltar a estudar de forma presencial:

  • Alunos do Ensino Fundamental do 9º ano;
  • Último ano do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA); e
  • Carioca 2 (projeto de correção de fluxo).

Segundo a administração, alguns cuidados foram tomados para a volta das atividades:

  • Distribuição de álcool em gel;
  • Uso obrigatório de máscaras;
  • Espaços das unidades foram redimensionados para respeitar o distanciamento; e
  • Protocolos da Vigilância Sanitária foram adotados.
Regras que devem ser cumpridas — Foto: Reprodução/TV Globo
Regras que devem ser cumpridas — Foto: Reprodução

Turmas serão divididas

As aulas presenciais, inicialmente, acontecerão em quatro dias da semana – às segundas, terças, quintas e sextas-feiras. As turmas estarão divididas em grupos A e B para evitar aglomerações.

Serão três horas de aulas por dia, nos turnos da manhã e da tarde para o 9º ano. Na parte da noite, as atividades serão para o PEJA.

Nas quartas-feiras, haverá um reforço na higienização das unidades escolares, que já passam por limpezas regularmente nos demais dias. Máscaras e álcool em gel, entre outros itens de proteção, estarão disponíveis para todos.

Essa semana, por conta do feriado, o esquema será um pouco diferente. As aulas serão nesta terça e na quinta-feira (19). Na quarta-feira (18), por causa da higienização das unidades, e na sexta-feira (20), feriado, não haverá atividades.

Sindicato decide manter greve

O Sindicato dos Profissionais da Educação já se manifestou contrário à volta. Na segunda-feira (16), em uma assembleia virtual, a maioria dos profissionais votou por manter a greve.

“Em defesa da saúde e da vida e contra o retorno da atividades presenciais escolares, com a manutenção das atividades apenas de forma remota”, diz a categoria.

Escola com goteiras em Laranjeiras

Escola pública em Laranjeiras tem goteiras — Foto: Reprodução/TV Globo
Escola pública em Laranjeiras tem goteiras — Foto: Reprodução

Pais de alunos de uma escola municipal em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, reclamam do estado precário da unidade. Nas imagens encaminhadas pelo grupo, é possível ver goteiras no teto na Escola Municipal Senador Corrêa.

Eles também se queixam do mofo e dizem que já pediram providências, mas nada foi feito.

“Semana passada eu estive na escola para buscar o kit de material da minha filha e fiquei impressionada de como a escola está abandonada, caindo literalmente na cabeça da direção que tem ido trabalhar lá todo dia. Realmente é triste de ver, o prédio lindo, tombado pelo Patrimônio Histórico, se deteriorando, se acabando, no aguardo infinito por obras que nunca acontecem”, disse uma mãe.

“O meu filho não vai entrar lá, enquanto aquela escola não estiver em condições de receber crianças. A escola precisa há tempos de reparos e como está demorando muito ela cada vez cai mais. Nós estamos brigando por isso há quase 3 anos. A escola precisa de reparos urgentes”, falou outra mãe.

O que diz a Secretaria

A Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que o prédio da escola é tombado e por isso qualquer intervenção precisa de autorização do Instituto Rio Patrimônio Histórico.

Disse ainda que o instituto aprovou um projeto de recuperação geral do prédio, que está pronto para licitação, mas não deu um prazo para a reforma acontecer.

A Secretaria garante que não existe nenhum risco para o funcionamento da escola.

Fonte: G1