Inofensivo no ataque, frágil na defesa e desestruturado psicologicamente. Os sintomas não são novos, mas o Flamengo segue sem encontrar caminho para cura do mal que desestruturou o elenco supercampeão de 2019. A eliminação na Copa do Brasil para o São Paulo só deu ares ainda mais dramáticos para a situação de um time que em momento algum deu indícios de que daria a volta por cima no Morumbi.
Os números vão dizer que foi o Flamengo quem mais teve a bola, quem mais finalizou, quem mais trocou passes. Ok. Mas o máximo que Tiago Volpi aparecerá nos melhores momentos é no salto para a esquerda enquanto Vitinho isolava pênalti nas alturas.
A atuação organizada no primeiro tempo foi suficiente para dar a impressão de que dominava o jogo. O São Paulo, por sua vez, controlava o placar já favorável após a vitória no Maracanã. Por sinal, comparar os primeiros tempos dos dois jogos seria elogio demais para um Flamengo mansinho, mansinho no jogo de volta.
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Se na ida houve chances claras desperdiçadas, gols anulados e pressão, no Morumbi o Flamengo foi presa fácil para ajustada marcação são-paulina. Com Arrascaeta no ataque e Arão muito recuado para auxiliar na saída de bola, Gerson tinha que se virar para ligar as pontas com o auxílio de Vitinho e Michael muito apagados.
Faltou criatividade, faltou dinâmica, faltou intensidade para um Flamengo que teve em Matheuzinho pela direita sua melhor opção. Nada que assustasse o São Paulo, que, pelo menos, também não levava perigo.
Rogério tentou dar uma luz ao meio-campo na volta do intervalo com Everton Ribeiro no lugar de Michael, mas o segundo tempo não durou nem dez minutos em competitividade. Na verdade, três. Tempo para Luciano abrir o placar e levar o Flamengo à lona.
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O impacto emocional do gol no time era evidente a cada imagem fechada no rosto de jogadores cabisbaixos. Faltava concentração, sobrava espaço, e o São Paulo percebeu. Reinaldo cruzou, a defesa se perdeu na ação da linha de impedimento (como no primeiro gol) e Luciano testou: 2 a 0.
A esta altura, o Flamengo tentava somente diminuir a tragédia. Mas piorou! Vitinho isolou pênalti, Arão errou passe na defesa e Pablo ainda fez o terceiro.
O Flamengo imponente e vencedor está atordoado. Só do São Paulo, foram nove gols sofridos em três jogos em um novembro onde problemas se empilham em meio a decisões.
Os desfalques se juntam a jogadores à disposição com a autoconfiança destroçada. Gustavo Henrique, Léo Pereira, Vitinho, Michael e Lincoln entram em campo no limite do erro, e não têm lidado bem com isso.
Desafio de sobra para um Rogério Ceni que ainda tem uma Libertadores e um Brasileirão no horizonte, mas que está mais preocupado agora em encontrar um rumo para um time desnorteado.
Fonte: Ge