Um caso de amor ainda com espaço para a primeira vez. De quebra, com dois ingredientes extras para tornar tudo ainda mais especial.
Este é o roteiro reservado para Rogério Ceni no duelo entre Flamengo e Racing, terça-feira, em Buenos Aires. Será a estreia do ex-goleiro como técnico em uma Libertadores que se acostumou a ser tão íntimo, em duelo onde busca marcar a volta por cima rubro-negra e contra um velho algoz: Sebestián Beccacece.
Era o atual técnico do Racing quem comandava o modesto Denfensa y Justicia na Sul-Americana de 2017, quando o São Paulo de Ceni foi eliminado ainda na primeira fase. Motivo suficiente para o treinador debruçar em vídeos e estudos sobre um adversário que inspira cuidados apesar da péssima fase.
As quatro derrotas consecutivas no Campeonato Argentino e a saída iminente do ídolo Diego Milito da diretoria ficaram em segundo plano na avaliação de Rogério. O próprio admitiu em coletiva que deixou a análise do Coritiba para seus pares de comissão técnica e focou no Racing nos últimos dias:
“Comecei a estudar, conheço muito o Beccacece, sei como ele gosta de jogar. Não podemos ficar nos iludindo pelos últimos resultados”
– Não temos que comparar os últimos resultados, porque até nós tivemos um vitória, um empate e duas derrotas. É um time argentino, jogando Libertadores e na Argentina. É muito difícil para qualquer time.
Rogério Ceni na Libertadores
- 90 jogos (5º com mais aparições na história e maior brasileiro)
- 14 gols marcados (maior artilheiro do SPFC junto com Luis Fabiano)
- 11 participações
- 2 títulos
Diagnóstico de quem conhece como poucos a principal competição do continente. Rogério Ceni foi moldado nos corredores de um Morumbi que pulsava a Libertadores no início da década de 90. Ainda jovem, foi campeão em 1993 no histórico São Paulo de Telê Santana e estabeleceu uma relação familiar com o torneio em 11 participações ao longo da carreira.
Campeão duas vezes (1993 e 2005), Rogério é o brasileiro com mais jogos na história da Libertadores, com 90 aparições (Fábio, do Cruzeiro, tem 83), e quinto no geral. Como se não bastasse, ostenta o posto de artilheiro do São Paulo, com 14 gols, ao lado de Luís Fabiano.
Flamengo tem bom retrospecto contra argentinos
Experiência de sobra para comandar um Flamengo que defende o título e chega a Buenos Aires com bom retrospecto diante de argentinos. Na 16ª participação, o clube encarou clubes do país em 11 oportunidades, com seis vitórias, três empates e somente duas derrotas.
Em partidas eliminatórias, o embate aconteceu duas vezes: em 1991, o Boca Juniors de Batistuta ficou com a vaga nas semifinais com um 3 a 0 na Bombonera, após perder por 2 a 1 no Maracanã. Já há exatamente um ano, em 23 de novembro de 2019, o Flamengo ficou com o título diante do River Plate no Monumental U, em Lima, no Peru.
Rival da vez, o Racing nunca cruzou o caminho rubro-negro na Libertadores e o confronto tem retrospecto equilibrado: 13 jogos, cinco vitórias para cada lado e três empates. A maioria dos encontros, no entanto, aconteceu em amistosos, como o último, em 2003: 2 a 1 a favor dos brasileiros, gols de André Gomes e Edílson, em Sergipe.
A única vez que Racing e Flamengo se enfrentaram em disputa oficial foi em 1992. Com um empate por 3 a 3 no Rio e vitória por 1 a 0 em Buenos Aires, o time argentino se classificou para decisão da Supercopa, quando perdeu para o Cruzeiro.
Flamengo e Racing se enfrentam no Cilindro de Avellaneda na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), pela partida de ida das oitavas. A volta está marcada para uma semana depois, no Maracanã. Quem avançar terá pela frente Inter ou Boca.
Fonte: Ge