Em razão de Covid-19, lesões e afastamento, o Fluminense foi a campo, neste domingo, com oito desfalques, sendo seis titulares, para encarar o Internacional, no Beira-Rio, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mesmo com tantas mudanças, a equipe venceu, de virada, por 2 a 1. E o resultado foi bastante comemorado pelo técnico Odair Hellmann, que, em entrevista coletiva após o jogo, considerou justo:
– A gente tem que pontuar também que quando você muda a equipe muito de um jogo para o outro, você acaba necessitando de um tempo maior para os movimentos se encaixarem. Hoje a gente buscou uma movimentação diferente por todos os problemas que tivemos na semana. Demanda um certo tempo. Apesar de ser uma variação nossa, mas são características diferentes. Por tudo isso, nós fomos merecedores do resultado do início ao fim. Soubemos sair de um placar adverso, manter a maturidade de jogo e construir as jogadas para que a gente conseguisse a vitória. E foi uma vitória muito importante para nossa caminhada.
Do último jogo (derrota por 2 a 0 para o Palmeiras) para este, Odair “perdeu” Dodi, afastado em definitivo pela diretoria em razão do imbróglio pela renovação, Igor Julião, com desconforto muscular, e Hudson, Michel Araújo e Nino, com Covid-19 – além de Fred, que torceu o tornozelo antes da partida contra o Verdão. Egídio e Fernando Pacheco completam a lista de desfalques, pois também testaram positivo para o novo coronavírus.
Veja as outras respostas de Odair:
ANÁLISE DA PARTIDA
– Acho até que a gente está conseguindo uma regularidade. Claro que os últimos dois jogos, duas derrotas, mas nós vínhamos de oito jogos com regularidade de quase dois meses de competição. E no Campeonato Brasileiro, que é tão disputado, tão difícil. Isso é uma regularidade de pontuação, performance. É natural e está acontecendo com todas as equipes do campeonato: há uma oscilação dentro do próprio campeonato pela dificuldade dos adversários. Mas a gente tem conseguido manter uma regularidade e, por isso, tem essa pontuação e está na parte de cima da tabela.
– Sobre análise do jogo, o 1º tempo foi bastante truncado, onde o Inter em uma movimentação entre linhas achar uma tabela e fazer o gol. Nós tínhamos trabalhado essa situação do Inter, tínhamos conversando, ela acabou acontecendo, então é um ajuste que precisamos fazer. De movimentação, principalmente quando os adversários propõe esse movimento entre linhas, mas acabou acontecendo só aquele lance no 1º tempo. Nós conseguimos ter a posse, mas de novo foi uma posse até a parte final do campo, onde nós não conseguimos traduzir essa posse, circulação e construção em situações claras de gol. Acabamos com mais dificuldades nessa parte final. É isso que nós estamos trabalhando bastante para conseguir traduzir essa posse em parte final para você criar oportunidades, finalizações e, consequentemente, ficar muito mais próximos do gol.
– Quando foi anulado o segundo gol, nós já criamos uma situação mais clara de imposição. Nós tivemos a bola, mas não tivemos a efetividade e o domínio da parte final para ser efetivo nas finalizações. O Inter conseguiu aquela construção, mas depois não conseguiu mais nem contra-atacar e nem construir, porque a posse estava sob nosso domínio.
– No segundo tempo, acho que nós ajustamos essas situações. A bola do Lucca, que nós acabamos trocando no intervalo, invertendo, treinamos muito essa inversão da batida. Iniciamos de uma forma, invertemos no intervalo. Deu fruto no empate. Depois, a equipe manteve a solidez, a posse até uma parte final do jogo, onde o Inter começou a ter um pouquinho mais de posse e cruzar bola para área, mas sem nos trazer muito perigo. Para nós, abriu uma possibilidade de fazer o segundo, como fizemos, e a possibilidade até de buscar um placar maior. São ajustes que precisamos fazer para todos os jogos.
– A gente tem que pontuar também que quando você muda a equipe muito de um jogo para o outro, você acaba necessitando de um tempo maior para os movimentos se encaixarem. Hoje a gente buscou uma movimentação diferente por todos os problemas que tivemos na semana. Demanda um certo tempo. Apesar de ser uma variação nossa, mas são características diferentes. Por tudo isso, nós fomos merecedores do resultado do início ao fim, soubemos sair de um placar adverso, manter a maturidade de jogo e construir as jogadas para que a gente conseguisse a vitória. E foi uma vitória muito importante para nossa caminhada.
RENDIMENTO DE MARCOS PAULO COMO CENTROAVANTE
– O Marcos Paulo tem realmente essa característica de saber jogar, fazer esse movimento entre linhas e tem a capacidade do penúltimo passe. Claro que ele não vai ser um Fred, por característica, não vai ser um Felippe (Cardoso), por característica. E nem a gente busca esse tipo de movimento quando ele inicia o jogo por dentro, sendo o jogador mais terminal. Justamente quando eu coloco ele por dentro nessa situação, eu quero que ele faça movimentos de profundidade, porque ele tem essa capacidade, mas eu tento tirar o máximo dos movimentos e dos passes para essa disputa de primeira bola. Para ser uma construção um pouquinho mais através de movimentos e de vindas entre linhas, de movimentos de profundidade, de paralela do que de movimentos para que ele dispute essa primeira bola de imposição que não é a característica dele. Toda vez que for de encontro a essa característica realmente a gente tem que ter a paciência e a tranquilidade porque ele não vai disputar a bola da mesma forma que outros jogadores com essa característica.
– Na minha visão, ele foi bem no jogo em todos os aspectos. Demorou um pouquinho só… No início do jogo, talvez não tenha sido nem por ele, talvez tenha sido pela equipe que não encontrou os movimentos dele, do próprio Nenê. Quando a equipe começou a encontrar mais esses movimentos no 1º tempo, nós conseguimos botar ele no jogo, conseguimos botar o Nenê no jogo. É nisso que a gente tem focado no dia a dia de trabalho para que a gente consiga colocar esses caras de meio e de frente dentro da partida o mais rápido possível, para que eles possam produzir ofensivamente.
– Eu preciso ressaltar que a gente trabalhou a semana toda com uma situação tática. No final da semana a gente perdeu um movimento, sábado a gente perdeu outro movimento. Então, na verdade, eu treinei sábado a equipe para o jogo. Os movimentos, nem tanto, porque é uma variação nossa. Entram jogadores de característica diferentes que talvez levem um determinado tempo para se encontrarem dentro desse ambiente em um jogo tão competitivo. Talvez demorou um pouquinho, realmente, mas não o Marcos Paulo, toda equipe demorou um pouquinho a se encontrar. A partir do momento que se encontrou, acho que nós conseguimos não só construir inicialmente, mas conseguimos a começar a criar possibilidades de definição, que é o mais importante.
– A gente precisa e vai trabalhar cada vez mais isso para desenvolver. E é agradecer e estar muito orgulhoso do grupo que eu trabalho. A gente aqui não está focando nos problemas, a gente está focando nas soluções. E está encontrando as soluções. Quando você perde jogadores, você fica sem opções nessa relação de variação, de capacidade de grupo, mas outros jogadores têm entrado, recebido oportunidade e dado uma resposta muito positiva. Caso, por exemplo, do André, que entrou muito bem, uma partida muito difícil. Parabéns ao grupo pela postura.
ONDE USAR MARCOS PAULO?
– Em um primeiro momento eu iria manter a estrutura, para fazer o movimento mais simples possível de identificação entre os jogadores. Mas perdi outros dois movimentos para que eu pudesse manter a estrutura (Dodi e Hudson). E já estava dentro de um plano de jogo, da estratégia que fizemos do adversário, a busca da variação. Ela acabou acontecendo na parte final da semana. Então talvez por isso tenha demorado um pouquinho para sincronizar a movimentação. Mas quando sincronizou e eles se encontraram, nós entramos fortes no jogo, consistentes, e conseguimos vencer a partida.
– Todo jogador, Marcos Paulo, André, quando jogam bem, são soluções para todos nós. E é isso que o treinador busca, solução dentro do grupo, em movimentos diferentes… Já usei Marcos Paulo pelo lado, por dentro, iniciei com outros jogadores… Essa é uma capacidade que o grupo tem que ter. E eu tenho bem claro isso definido com eles. É o grupo que faz a diferença. Claro que tem individualidades. Mas é fortalecer o todo: organização, ideia de jogo. E aí então capacitar e potencializar as individualidades. Hoje o Marcos Paulo conseguiu fazer boa partida porque a equipe proporcionou a ele a possibilidade de fazer uma boa partida após os momentos iniciais. Busco encorajar e dar confiança aos jogadores para que eles possam estar prontos para estarem prontos para darem uma resposta, quando entrarem ou quando iniciarem.
COVID-19
– Vou fazer uma oração muito forte para os funcionários e jogadores que estão com Covid, porque são muito importantes para nós. Que eles se recuperem como todos se recuperaram e não tiveram problemas maiores. Levo também para todas as pessoas. O monte de pessoas que já morreu… Temos que ter muito cuidado, precisamos nos proteger, proteger o próximo, porque esta situação está voltando e voltando forte. Temos que ter um olhar para isso.
SITUAÇÃO DE YAGO
– Vou aproveitar para fazer uma oração para que não tenha sido nada com o Yago. Ainda não temos um movimento mais específico para passar para vocês. Vou torcer muito para que tenha sido só uma batida, para que não tenha sido algo pior. Quando tivermos a informação, será passada para vocês o mais rápido possível.
REAÇÃO DO TIME APÓS DUAS DERROTAS
– Contra o Grêmio foi uma exceção em todos os aspectos, não conseguimos manter o nosso padrão. Mesmo em que algumas partidas pudéssemos estar abaixo em termos de performance, conseguíamos produzir e tentar algo dentro do jogo. Mas contra o Grêmio tivemos muita dificuldade, não nos encontramos em nenhum momento, mesmo variando em aspectos táticos. Mas não costumo tratar exceção como regra. Eu tenho que ficar atento para que isso não vire regra.
– Retomamos, principalmente no 1º tempo, contra o Palmeiras, depois tivemos a situação do pênalti e eles abriram 1 a 0. Continuamos dentro da partida, mas eles conseguiram fazer o placar. Ali não retomamos como um todo, mas demos um indício da volta do nosso padrão de atuação, nosso padrão de posse, jogo, construção, competitividade. Hoje evoluímos nesse aspecto como um todo. No início eles conseguiram encontrar uma movimentação dentro da característica deles. Mas, como um todo, a equipe manteve um padrão forte, de competição, de organização, de construção. No 1º tempo com um pouco menos de efetividade na parte ofensiva, e no 2º tempo com um pouco mais de efetividade. É esse padrão que temos que manter, para que continuemos a fazer essa caminhada bonita que estamos fazendo agora.
Fonte: Ge