Rodolfo Landim fará um intensivo no departamento de futebol a partir desta quarta-feira. Em meio a conflitos internos, questionamentos e falta de clareza das funções de cada profissional, o presidente passará os próximos dois dias no Ninho do Urubu para passar a limpo o trabalho e tomar decisões.
Landim quer entender detalhadamente todos os processos das atividades realizadas no centro de treinamento, a quantidade de pessoas trabalhando após reformulações e o que cada um faz. Para isso, está disposto a pernoitar pelo período que for necessário, além de não descartar novos cortes após avaliação minuciosa.
É consenso nos bastidores de que a pasta comandada pelo vice de futebol, Marcos Braz, e o diretor executivo, Bruno Spindel, se desestruturou desde a saída de Jorge Jesus, e Landim quer entender as razões disso. Relatos de quem faz parte do dia a dia no CT evidenciam um contraste entre a confiança no trabalho desenvolvido por Rogério Ceni dentro das quatro linhas e uma preocupação constante entre funcionários nos corredores.
A troca de quase toda comissão técnica multicampeã em 2019 não só carece de argumentos convincentes como também gerou insegurança num cenário onde muitos se enxergam como alvo em potencial. Realidade que conflita com um ambiente mais leve no que diz respeito ao campo comandado por Ceni.
Um churrasco na terça-feira, após o treinamento pela manhã, aconteceu em clima harmônico e de confraternização no Ninho do Urubu. O clima de descontração foi visto com bons olhos, regado a cantoria e elogios ao trabalho desenvolvido pelo treinador.
Apesar das eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores, os jogadores apontam melhoras no time e apostam em uma arrancada no Brasileirão. Dos próximos cinco jogos, quatro serão no Maracanã.
Já fora de campo, lideranças convivem com questionamentos, seja de superiores ou mesmo nos cochichos de quem vê o departamento inchado e com muitos sem função. Um deles é Márcio Tanure, chefe do departamento médico, que se vê exposto desde a entrevista coletiva do último dia 27 de novembro.
O médico é questionado pelas muitas mudanças em seu departamento e assumiu a responsabilidade por escolhas que não são diretamente suas. O setor é um dos que Landim buscará informações detalhadas sobre o desempenho e a função de cada um dos profissionais com muita atenção.
De acordo com o site oficial do Flamengo, o departamento de futebol conta com 43 funcionários na comissão técnica e a percepção interna é de que há gente demais em alguns setores. São seis preparadores físicos, cinco analistas de desempenho, quatro médicos, quatro fisioterapeutas e ainda outros sete profissionais do departamento de scout, que nem são listados na página.
O setor conta com seis analistas comandados pelo ex-volante Fabinho. Os questionamentos passam muito pelos erros nas ações do Flamengo no mercado em 2020 e pela falta de soluções criativas, que fujam do óbvio que se destaca em grandes times.
Landim, por sua vez, prefere confiar no que ele mesmo vê. Para isso, presidirá o Flamengo nos próximos dias direto do Ninho do Urubu.
Fonte: Ge