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Morador do Morro do Borel, na Usina, acusa policiais militares de agressão em abordagem na favela

Um morador do Morro do Borel, na Usina, na Zona Norte do Rio, acusa policiais militares de agressão durante uma abordagem na favela no fim da tarde desta terça-feira (8). A mulher do rapaz disse que também foi agredida. Mas a polícia diz que o morador resistiu à abordagem e xingou os policiais.

Morador do Morro do Borel, na Usina, acusa policiais militares de agressão  em abordagem na favela | Rio de Janeiro | G1
Morador do Borel fala sobre abordagem policial – Foto: Reprodução

Agentes do Grupamento de Intervenções Táticas teriam abordado Pablo Alves na porta da na porta dele. Pablo contou que estava indo entregar uma apostila para a mãe quando passou na frente dos policiais.

Ele disse que foi abordado, levantou a camisa para mostrar que não escondia nada debaixo dele e disse que não era bandido. Pouco depois, segundo ele, começou a ser agredido.

Machucado, ele foi levado pelos policiais para o Hospital do Andaraí, na Zona Norte, onde recebeu pontos na boca e na testa.

“Eu falei: pô, tenho hora, tenho que entregar uma prova ali. Ele já levantou, me pegou pela camisa e me levou para outro canto onde estavam, me engravatou e me levou para o chão. Assim que eu sentei, ele pegou meu capacete e me deu capacetadas, abriu minha testa, quebrou meu aparelho (dentário), o aparelho entrou nos meus lábios”, contou.

O caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca). A Polícia Militar afirma que Alves estava em atitude suspeita, resistiu à revista e xingou os policiais. Por isso, recebem voz de prisão. Disse ainda que ele entrou em luta corporal com PMs e que moradores atacaram os agentes com pedradas.

“Os vizinhos, como sabem que não tenho nada a ver com nada, se meteram e falaram: ele é trabalhador, deixa ele”, contou o morador.

Pablo Alves está desempregado, pois foi demitido da loja onde trabalhava no meio da pandemia e passou a fazer serviço de entregas por aplicativo. Há pouco tempo ele pegou tuberculose e precisou parar para se recuperar da doença.

Na confusão, a mulher de Alves, Débora Cristina, também diz ter sido agredida. “Senti raiva. Senti tristeza. Senti cansaço. Eu nunca passei por isso na minha vida. Então, me sentir raiva naquele momento. Indignada. É desesperador tudo que a gente passa todos os dias. A gente está cansado”, disse Débora.

Em nota, a PM disse também que um policial foi ferido. E que os dois foram medicados no Hospital do Andaraí, e depois liberados.

Fonte: G1