Jornal Povo

Maia diz que candidato de seu bloco deve ser definido até quarta-feira

BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que seu bloco deve decidir, nos próximos dias, qual será o nome apoiado como candidato à presidência da Câmara na eleição em fevereiro de 2021.

O bloco conta com onze partidos: DEM, MDB, PSDB, PSL, Cidadania, PV, PT, PSB, PDT, Rede e PCdoB. Baleia Rossi (MDB-SP) é o favorito como candidato, mas conta com resistência de senadores de seu partido. Eles acreditam que sua candidatura na Câmara pode atrapalhar um nome do MDB no Senado. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também é cotado, mas não tem o apoio da cúpula de seu partido.

O PT, com 54 deputados, integra o bloco com Maia, mas também quer apresentar um nome próprio para a disputa. Os líderes que integram o bloco veem como muito improvável, no entanto, a possibilidade de ser escolhido um nome de esquerda.

— (O nome) sai antes do recesso. Até quarta-feira no máximo espero que a gente tenha um encaminhamento dado, ouvindo a todos — disse Maia a jornalistas.

Segundo Perpétua Almeida (AC), líder do PCdoB, o partido está trabalhando em conjunto com PDT e PSB. Os três partidos querem definir um nome até sexta-feira para o bloco e apresentar, ainda nesta terça-feira, um nome de esquerda para que o bloco avalie sua viabilidade. O PT, porém, pede mais tempo para essa decisão.

— Está na hora de começar a campanha e definir o nome. Mais importante do que o nome é o compromisso de todos por uma Câmara livre e independente. Ou nós queremos que (Jair) Bolsonaro faça com a Câmara o que ele está fazendo com a Abin, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República? — diz Almeida.

Os partidos de esquerda também estão trabalhando em uma carta com demandas para o candidato escolhido pelo bloco, que deve ser divulgada nesta semana.

Recesso parlamentar

Maia também se defendeu da acusação de deputados do centrão governista — bloco liderado por Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara — de que ele quer cancelar o recesso para influenciar a sucessão na Câmara. Disse que o Brasil tem temas urgentes para debater em janeiro na pauta econômica e social.

— Vivemos uma realidade da população brasileira e vivemos uma bolha do governo em Brasília que acha que as coisas vão caminhando muito bem. A intenção de uma pauta no recesso era para tentar resolver esses problemas emergenciais em relação à sociedade brasileira. Mas não foi possível. Vamos em frente.

Líderes da Câmara e do Senado não entraram em acordo sobre a proposta de cancelar o recesso em janeiro, como querem Rodrigo Maia e outros parlamentares.

Fonte: O Globo