Jornal Povo

Fiocruz pedirá uso emergencial da vacina da AstraZeneca contra covid-19

A Fiocruz vai solicitar autorização para uso emergencial da vacina contra covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca PLC e pela Universidade de Oxford até a próxima quarta-feira. A informação foi dada pela presidente da fundação, Nísia Trindade, nesta quinta-feira (31), durante entrevista à Reuters via videocoferência.

“Para não haver atraso, nós decidimos com base na autorização no Reino Unido entrar também com esse pedido de uso emergencial da vacina. Isso vai acelerar a luz verde regulamentar para a vacina no Brasil, onde ela é extremamente necessária para combater o segundo surto de coronavírus”, afirmou Nísia.

O pedido de registro da vacina britânica junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não pode ser finalizado antes de 15 de janeiro, pois a papelada ainda está sendo preparada, como os documentos de controle da produção da vacina, que a Fiocruz pretende produzir do zero em sua unidade do Rio de Janeiro com financiamento federal, a partir do segundo semestre.

“Estou otimista com a possibilidade de, no máximo, no final de janeiro ou início de fevereiro, iniciar essa vacinação”, disse a presidente da Fundação Oswaldo Cruz.

Segundo Nísia Trindade, a Fiocruz espera entregar o primeiro 1 milhão de doses entre os dias 8 e 12 de fevereiro, mas isso vai depender da chegada do insumo farmacêutico ativo para a vacina prevista para 9 de janeiro.

Até o final de fevereiro, a Fiocruz planeja entregar 10 milhões de doses e, a partir daí, estará lançando 3,5 milhões de doses semanais, totalizando 100 milhões de doses completas no primeiro semestre de 2021.

“Em abril ou maio, a Fiocruz terá uma linha de produção paralela para fabricar a vacina inteiramente no Brasil, mas isso ainda precisará de validação da Anvisa. A meta é entregar 110 milhões de doses no segundo semestre”, disse Nísia.

A presidente da Fiocruz espera que o Brasil se mantenha com a vacinação em duas doses, por um intervalo de 12 semanas, pois, segundo pesquisadores no Reino Unido descobriram, é mais eficaz.

A Fiocruz ainda não tem uma estimativa de custo para a vacina fabricada no Brasil.