Jornal Povo

Vacinação: Paes diz que imunização contra a Covid-19 pode começar no dia 25 no Rio

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse nesta sexta-feira, dia 8, que a vacinação contra Covid-19 no Rio de Janeiro pode começar no dia 25 — mesma data que o governador de São Paulo, João Doria, previu para iniciar a campanha de imunização. Embora Paes afirme que a intenção é de seguir o Plano Nacional de Imunizações, a prefeitura poderia se antecipar caso a campanha do Ministério da Saúde sofra atraso. Ainda durante a transição, Paes fechou um acordo para a aquisição de 3,3 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida em parceria entre o Butantan e o laboratório chinês Sinovac.

O prefeito Eduardo Paes durante coletiva de lançamento de novo boletim epidemiológico do Rio Foto: Marcia Foletto / Agência O Globo

— Estamos prontos para começar a vacinação no mesmo dia de São Paulo. Mas estamos diante de muitas dúvidas. Ao mesmo tempo, a gente entende que o Plano Nacional de Imunização vai se utilizar da vacina do Butantan. É uma grande notícia, de maturidade. Estamos prontos para isso. Estamos prontos para começar a vacinação no dia 25 também. Hoje o secretário Daniel Soranz terá mais uma reunião com o Butantan em São Paulo para acertar mais detalhes — disse Paes.

Ainda não está claro, porém, como o Rio poderia antecipar a vacinação. Isso porque na apresentação do programa de vacinação na quinta-feira, dia 7, o Ministério da Saúde estava requisitando todas as doses da vacina.

Das 3,3 milhões de doses que a prefeitura espera contar de São Paulo, 2,6 milhões cobririam os grupos considerados prioritários pelo Plano Nacional de Imunizações, conforme Eduardo Paes já anunciara no último domingo, dia 3. Dessas 2,6 milhões, 872.571 se referem a pessoas com mais de 75 anos, trabalhadores da Saúde, comunidades quilombolas e idosos que moram em abrigos. A lista inclui ainda outras 1.675.384 de pessoas na entre idosos na faixa de 60 a 74 anos, pessoas com comorbidades, professores e profissioanis de forças de segurança, distribuídos por três grupos.

O cronograma das demais faixas populacionais ainda está em planejamento pelo Ministério da Saúde.

Na madrugada de 20 de dezembro do ano passado, antes mesmo de tomar posse, Eduardo Paes anunciou, através de suas redes sociais, a assinatura de um termo de cooperação com o Instituto Butantan para a aquisição da vacina contra o novo coronavírus. As postagens foram feitas horas depois de uma reunião com o governador de São Paulo, João Doria, que postou em suas redes sociais um vídeo ao lado de Paes. Nesta ocasião, o prefeito do Rio disse esperar começar a vacinação na cidade carioca no fim de janeiro de 2021

Paes afirmou nas mensagens que o “ideal é que tenhamos um Plano Nacional de Imunização”, mas destacou que está fazendo ações para preparar a rede de saúde do Rio para que “possa atender os cariocas com a maior brevidade possível e sem riscos”. Entre os anúncios feitos em seu plano de governo para os primeiros cem dias de gestão, o prefeito do Rio disse que quer preparar principalmente as Clínicas da Família para receberem a campanha de imunização.

Uso emergencial

O Instituto Butantan (IB) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta sexta-feira, a autorização emergencial de uso da vacina CoronaVac contra a Covid-19. O prazo estimado pela agência para avaliação do pedido é de até dez dias.

Em nota, a Anvisa afirmou que já iniciou a triagem dos documentos enviados pelo IB ao órgão. Segundo a agência, a primeira etapa da análise, que ocorre nas 24 horas iniciais, servirá para checar se as informações apresentadas atendem aos requisitos da solicitação emergencial.

Em nota, a Anvisa afirmou que já iniciou a triagem dos documentos enviados pelo IB ao órgão. Segundo a agência, a primeira etapa da análise, que ocorre nas 24 horas iniciais, servirá para checar se as informações apresentadas atendem aos requisitos da solicitação emergencial.

Nesta quinta-feira (7), o Butantan apresentou à Anvisa os dados sobre vacina. Segundo as informações, a CoronaVac tem eficácia de 78% nos estudos no Brasil. O IB, no entanto, não apresentou informações sobre a eficácia global do imunizante. A vacina desenvolvida pelo Butantan e pela chinesa Sinovac Biotech é o primeiro imunizante a pedir autorização emergencial de uso para a agência.