Jornal Povo

Gabigol minimiza pressão no Flamengo, mas admite incômodo na reserva: “Não quero estar no banco”

Em momento de cobrança, atacante reaparece em entrevista coletiva e diz ainda crer no título: “Como um time que venceu a Libertadores faltando três minutos vai desistir faltando 10 jogos?”

Depois de muito tempo, Gabigol voltou a dar uma entrevista coletiva no Flamengo. Na manhã desta sexta-feira, no Ninho do Urubu, o atacante reapareceu em frente das câmeras e encarou as perguntas da imprensa justamente em um momento de cobrança sobre o time, que foi alvo de protesto de torcedores na última terça, não vence há três jogos no Campeonato Brasileiro e se vê mais distante da briga pelo título. Em sua primeira resposta na videoconferência, o camisa 9 rubro-negro afirmou:

– Pressão vai ter. É Flamengo. Mas quem não gosta de pressão? Às vezes eu joguei em times que jogavam para empatar. No Flamengo você quer vencer todos os jogos, e isso é a melhor coisa. O Rogério (Ceni) sabe disso e sabe lidar muito bem com isso. O que temos que fazer? Vencer os jogos, simples assim. E quem sabe lá na última rodada a gente se sagra campeão.

Dando risada, Gabigol negou boatos de que o ambiente entre os jogadores esteja conturbado. Porém, admitiu que a reserva o incomoda. No último jogo, na derrota para o Ceará, o atacante ficou no banco sem chuteiras e com uma camisa de treino por baixo do colete, até trocar por exigência da arbitragem. Ele explicou o episódio, que deixou muitos torcedores desconfiados, mas não escondeu a insatisfação:

– Muito. Não quero estar no banco. Ninguém quer. Ou você acha que o Pedro quando estava (no banco) ficava feliz? Ou que o Michael quando não entra fica feliz. Na Europa é normal isso acontecer, de o jogador não usar a camisa no banco. Fiquei sem a chuteira pois tive uma lesão grave no tornozelo e incomoda um pouco. Não tem nenhum problema com isso. Vão falar pois dá ibope. Creio eu que independentemente de como eu ficasse, iria sair matéria.

Veja outras respostas de Gabigol:

Desconforto e descontentamento?

– Eu sou muito espontâneo e sou de coração, tanto para o bom quanto para o ruim. Mas não. Eu estava no banco e não gosto. Quero sempre ajudar. Mas respeito meus companheiros e quem entrou. Muita gente falou muita besteira, principalmente de eu não estar com a camisa de jogo. Mas contra o Fortaleza eu também não estava, entrei e fiz o gol. Eu sei que quando eles falam essas coisas eles ganham ibope, então é normal repararem em tudo. Se estivesse sorrindo estava feliz no banco, se estivesse triste, estava incomodado no banco (risos). Não gosto de falar muito sobre isso, mas já que perguntaram, está aí a resposta.

“Panelas” no elenco?

– (Risada) Outra coisa que acho que nem deveria ser perguntado. Não existe isso. Claro que em um grupo de 20, 27, 30, não sei, mais aqui no CT que tem, sei lá, 50, 60 pessoas trabalhando diariamente, ter afinidade com uma pessoa é normal. Mas aqui dentro do clube, que praticamente são os mesmos jogadores que ganharam em 2019 não tinha panela e quando perde tem (risos). É uma loucura muito grande que está sendo criada. Mas dá ibope, é o Flamengo, tem jogadores grandes envolvidos, é normal que falem, mas não existe. Acho que do grupo que foi campeão não estão dois, três… Dois? Então não tem porque ter panela. Isso não existe e é realmente muito engraçado (risos).