Exigência de testes de Covid e falta de pagamento deixam Prefeitura na mira de servidores e empresários de Turismo
Completadas duas semanas do governo de José Bonifácio em Cabo Frio, a gestão do pedetista já está na berlinda junto a alguns segmentos da cidade. Medidas como a exigência de testes de Covid-19 para a entrada de turistas na cidade, que causaram impacto imediato na economia hoteleira, e o atraso no pagamento dos salários de dezembro deixaram o governo sob pressão, sem direito à ‘lua de mel’ de que costumam desfrutar gestões que acabam de assumir.
No caso do magistério e dos demais profissionais da Educação, os protestos de rua já começaram. Sem respostas concretas sobre quando receberão os vencimentos de dezembro e de janeiro, a categoria se organiza para um possível movimento unificado com funcionários públicos da Saúde e de outros segmentos, que estão igualmente insatisfeitos.
Bonifácio reuniu-se nesta sexta-feira (15) com os educadores para ouvir as suas reivindicações, dentre as quais a realização de concurso público, a recontratação dos profissionais demitidos na pandemia e retirada da obrigação de trabalho presencial dos servidores convocados para atuar nas escolas, entre outras. Declarações do prefeito de que não admitiria protestos na Ponte Feliciano Sodré, acabaram por acirrar os ânimos, assim como a publicação, por decreto, da estrutura administrativa do governo.
Apenas nos primeiros escalões, o gasto mensal previsto é de R$ 3,7 milhões, com 1.143 servidores comissionados. A coordenadora do sindicato dos profissionais da Educação (Sepe Lagos), Cíntia Machado, explicou o motivo para a tolerância dos colegas estar mais curta. A sindicalista disse que a categoria se sente ‘traída’.
– A pressão é grande porque a sensação é um misto de revolta com perplexidade. Grande parte do funcionalismo votou no atual prefeito acreditando que pela experiência, pela vivência política, teríamos, ao menos, um princípio de ano de sossego e estabilidade, com os pagamentos em dia, que foi uma promessa de campanha. E logo no primeiro mês, veio com a fala de que teria que ver; de que teria que olhar o que poderia ser feito, de que não iria olhar para dívidas passadas. E isso deixou todo mundo muito inquieto, já antes de chegar ao quinto dia útil. Toda inquietação dos anos anteriores veio com mais força porque os prefeitos anteriores buscaram manter no início o pagamento de alguns benefícios e os salários em dia – argumenta.
Prestigiado pela presença de representantes do segmento no novo Gabinete de Solução contra a Covid, o trade turístico tenta convencer o governo a fazer alterações no decreto que cobra exames negativos de Covid-19 de visitantes e turistas, que chegam aos meios de hospedagem ou vêm de ônibus de excursão. Uma reunião do Gabinete está marcada para este sábado (16) e a perspectiva é de que o decreto municipal seja republicado com mudanças.
Os hoteleiros argumentam que, por força da ampla repercussão do assunto, até em âmbito nacional, houve muitas desistências e suspensões de reservas. Também há um questionamento sobre a eficácia da medida, uma vez que moradores e visitantes que chegam por outros meios não têm a necessidade de apresentar exames negativos de Covid.
Fonte: Folha dos Lagos.
Por: Arinos Monge.