O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que a “grande base” para cumprir sua missão no governo são as Forças Armadas. Ele participou pela manhã de cerimônia em comemoração aos 80 anos da Aeronáutica. Em seu discurso, defendeu os militares e atacou os “poucos setores que teimam em remar em sentido contrário”. Na última segunda, em meio às críticas à forma como o governo está enfrentando a pandemia de Covid-19, Bolsonaro tentou desviar o foco, dizendo que “quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas”.
— Quando somos atacados, dependendo de onde vêm esses fogos, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Eu prego e zelo pela união de todos, pelo entendimento, pela paz, pela harmonia. Mas os poucos setores que teimam em remar em sentido contrário, tenho certeza, vocês perderão. Hoje temos um governo que pensa no seu Brasil como um todo. A grande base nossa para cumprir essa missão são a nossa Marinha, o nosso Exército e a nossa Aeronáutica — disse Bolsonaro.
Ele elogiou o papel da Força Aérea no combate à pandemia de Covid-19, em especial pelo transporte de produtos e pessoas para Manaus, que vem sofrendo com a falta de oxigênio, e de vacinas contra a doença por todo o Brasil. Apesar dos elogios, a atuação do governo federal na área tem sido marcada por críticas no atraso em normalizar a situação do Amazonas e em começar a vacinação no país.
— Também podemos dizer como sempre o papel da nossa Força Aérea. Só no corrente ano o que fizeram pelo próximo. Podemos citar o socorro aos nossos irmãos de Manaus, que passavam momentos difíceis. E a nossa Força Aérea transportando em suas asas meios, materiais e gente para socorrer os nossos irmãos. Também a nossa Força Aérea, nessa primeira parte da entrega de vacinas no Brasil, cumpriu a sua missão no dia D menos 1. Isso é motivo de orgulho, tendo em vista o seu planejamento, a sua organização, o seu patriotismo, e o sentimento de defesa dos direitos humanos, que vêm alma, vêm do coração de cada multar da nossa Força Aérea. Muito orgulhoso estou disso.
Na segunda-feira da semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello disse que a vacinação começaria “no dia D, na hora H”. No último domingo, afirmou que iniciaria nesta quarta. Na segunda, após encontro com governadores, antecipou para a própria segunda-feira. Mas atrasos nos voos e na distribuição da vacina adiaram o início da imunização para terça. Ainda assim, a quantidade de vacinas disponíveis neste momento é suficiente para imunizar apenas uma pequena parte dos grupos prioritários, e, para piorar, o Brasil enfrenta dificuldades para importar novas vacinas e insumos para sua fabricação da Índia e da China.