Jornal Povo

Com índice de 1.068, Brasil registra maior média móvel de mortos por Covid-19 desde 27 de julho

As 1.099 mortes registradas nas últimas 24 horas elevaram a média móvel de mortes por Covid-19 para 1.068 nesta sexta-feira, o maior índice desde 27 de julho, que era de 1.069, e 12% maior que o cálculo de 14 dias atrás. O país totaliza 222.775 vidas perdidas para o novo coronavírus.

Foram registrados também 58.691 novos diagnósticos positivos, elevando para 9.119.477 o total de infectados pelo Sars-CoV-2. A média móvel foi de 52.049 casos, 4% menor que o cálculo de 14 dias atrás.

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Em Duque de Caxias, no Rio, há fila de espera por um leito já que a UTI está lotada Foto: FramePhoto

A “média móvel de 7 dias” faz uma média entre o número do dia e dos seis anteriores. Ela é comparada com média de duas semanas atrás para indicar se há tendência de alta, estabilidade ou queda dos casos ou das mortes. O cálculo é um recurso estatístico para conseguir enxergar a tendência dos dados abafando o ruído” causado pelos finais de semana, quando a notificação de mortes se reduz por escassez de funcionários em plantão.

No Brasil, 1.874.078 doses da vacina contra a Covid-19 já foram aplicadas, segundo dados de 20 estados, imunizando 1,16% da população brasileira acima de 18 anos. Estes números representam 0,89% do total de brasileiros.

Os dados são do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo e reúne informações das secretarias estaduais de Saúde divulgadas diariamente até as 20h. A iniciativa dos veículos da mídia foi criada a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde.

Nova vacina

A farmacêutica Johnson & Johnson anunciou nesta sexta-feira que sua vacina experimental contra a Covid-19, desenvolvida em parceria com sua subsidiária belga Janssen, tem eficácia global de 66%. O anúncio era longamente aguardado em função do imunizante depender de apenas uma dose, o que pode facilitar complexa logística de vacinação em um momento crítico da pandemia ao redor do planeta.

Além disso, o imunizante não depende de refrigeração em temperaturas muito baixas como a vacina da Pfizer, tornando a vacina um forte atrativo para países com deficiências de infraestrutura em transporte e armazenamento de fármacos. A fórmula consta no Plano de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 do governo federal, mas ainda não houve um acordo formalizado entre o Brasil e a J&J. A vacina foi testada no Brasil, após receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto.

À frente dos ensaios clínicos da vacina na América Latina e uma das líderes do estudo global, a cientista Beatriz Grinsztejn afirma que o mais importante dado é a redução global de 85% dos casos graves de Covid-19.

Como a vacina foi testada num momento em que novas linhagens do Sars-CoV-2 já estavam em circulação no Brasil e na África do Sul, os testes trazem uma indicação de que o imunizante, mesmo sob pressão de novas variantes virais, poderá reduzir hospitalizações e mortes, diz a médica infectologista e pesquisadora, que é diretora do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV/Aids do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Evandro Chagas (INI/Fiocruz).