Jornal Povo

Governo confirma compra adicional de 54 milhões de doses de vacina produzida pelo Butantan

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Vacina CoronaVac, a primeira a ser aplicada no estado do Rio Foto: Márcia Foletto

O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira que irá comprar 54 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A decisão ocorre depois de o governo de São Paulo dar um ultimato para que o governo federal se pronunciasse até o dia 5 de fevereiro sobre o assunto.

— Nós estamos exercendo a nossa opção de contratação das 54 milhões de doses adicionais da fundação Butantan, de forma a totalizar 100 milhões de doses para imunização da população brasileira, atendendo a uma orientação direta do nosso ministro de estado da Saúde, general Eduardo Pazuello — disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

— Dessa forma nós estamos solicitando o cronograma à fundação Butantan para podermos celebrar o contrato na semana que vem e também solicitando a antecipação do registo junto à Anvisa para iniciarmos a vacinação em massa da população brasileira — acrescentou.

A decisão de comprar as doses adicionais foi informada mais cedo pelos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Piauí, Wellignton Dias (PT), mas ainda não havia sido confirmado pelo governo federal. O tema das doses adicionais vinha sendo discutido intensamente não apenas em São Paulo, mas em todo o país, diante da escassez de vacinas para imunizar até mesmo todos os profissionais de saúde com duas doses.

Ontem, Doria disse que havia determinado ao Instituto Butantan que priorizasse o fornecimento de vacina para estados e municípios brasileiros caso o Ministério da Saúde confirmasse a compra. Até então, o contrato do Butantan era para fornecer 46 milhões de doses até abril. Caso o contrato adicional seja realmente assinado, o número de doses passa a 100 milhões.

De acordo o governador, o governo de São Paulo enviou mais de 8,7 milhões de doses da CoronaVac aos estados brasileiros para serem distribuídas via Programa Nacional de Imunização (PNI). Nesta sexta-feira, liberou um novo lote, com 1,8 milhões, sendo que 410 mil vão ficar em São Paulo para cumprir o calendário de vacinação.

Na quarta-feira, Dimas Covas, também já havia anunciado que, caso o governo federal não se manifestasse no prazo de uma semana sobre o interesses pelas doses, iniciaria negociações com países vizinhos da América Latina para fornecer a CoronaVac. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Fórum Nacional de Governadores também cobraram nesta quinta-feira que o governo federal compre as vacinas adicionais do Butantan.