O major Edson Raimundo dos Santos, condenado pela tortura e morte do pedreiro Amarildo Souza, em julho de 2013, na Rocinha, voltará a trabalhar na Polícia Militar. A decisão foi publicada no Diário Oficial do estado desta segunda-feira e assinada pelo secretário de estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda.
O oficial, mesmo condenado pelo crime, ainda não foi excluído da corporação e continua a receber salário. No entanto, não exercia qualquer cargo, lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), conhecida como “geladeira” da corporação. Com a decisão de Figueiredo, Edson poderá receber algum cargo na PM. De acordo com consulta ao site da Secretaria estadual de Planejamento e Gestão, o último salário do oficial, em janeiro deste ano, foi de R$ 16.928,69 em valor bruto.
Major Edson, que era comandante da UPP Rocinha, foi condenado a 13 anos e sete meses de prisão em 2016. Outros 12 PMs da UPP Rocinha também foram penalizados. A Justiça concluiu que Amarildo foi torturado até a morte dentro da unidade localizada na comunidade. Atualmente, o oficial está em regime aberto e cumpre pena em casa, portanto poderia sair para trabalhar.
Contra Edson foram abertos dois processos administrativos. Um deles pela morte de Amarildo e outro, pela acusação de fraude processual, também relacionado ao caso. No primeiro processo, já houve decisão, em 2018, pela sua exclusão da PM. A decisão foi encaminhada ao Tribunal de Justiça, que deverá submeter o oficial ao chamado Conselho de Justificação.