A Prefeitura do Rio informou nesta sexta-feira que registrou a morte de um paciente infectado com uma das novas variantes do Coronavírus. Ele tinha 46 anos, vivia em Manaus, no Amazonas, e havia sido transferido para se tratar no município. Com o novo caso, subiu para dois o número de óbitos no Estado decorrentes da nova cepa, que tem origem na capital do Amazonas e é conhecida como P1. A primeira vítima foi o morador de Belford Roxo Adilson Cardoso de Jesus, de 55 anos, que teria se contaminado em um hospital.
— Ele era de Manaus, foi transferido para cá e ficou no Hospital dos Servidores do Estado. Ontem, no final da noite, soubemos que ele morreu. Numa investigação muito preliminar que fizemos, (vimos que) esse paciente tinha comorbidades, hipertensão arterial sistêmica e obesidade, provavelmente justificando o agravamento do quadro — afirmou o superintendente de Vigilância Sanitária da cidade do Rio, Márcio Henrique Garcia.
Outras três ocorrências de variantes foram registradas na capital, todos habitantes da cidade. Dois homens e uma mulher tiveram síndrome gripal leve e já estão curados. A mulher tem 36 anos, mora na Freguesia e foi infectada com a variante B.1.1.7, do Reino Unido. Os outros dois casos são da variante brasileira P1. Um dos homens tem 40 anos, mora em Laranjeiras e teria sido infectado pelo filho. O outro homem tem 30 anos e mora em Copacabana.
Uma vistoria apontou falhas na transferência de pacientes de Manaus com Covid-19 para o estado. Um ofício enviado no dia 12 ao Ministério da Saúde cobrou explicações sobre o processo. O documento é assinado pela Defensoria Pública do Rio (DPU-RJ) e da União (DPU) e pelo Ministério Público Estadual (MP-RJ) e o Federal (MPF).
Transmissão comunitária
As secretarias estadual e municipal de Saúde do Rio confirmaram, na noite de quinta-feira, que duas novas variantes do Coronavírus encontram-se em transmissão comunitária no Rio. A nota divulgada pelos órgãos informa que a análise dos histórico de quatro das cinco pessoas contaminadas pelas cepas em questão indicou que, com exceção de um paciente oriundo de Manaus, todos os demais são “autóctones” — quando a contaminação acontece dentro do próprio estado.
“Desta forma, a avaliação confirmou que as novas cepas já estão circulando em pelo menos um município do estado, o Rio de Janeiro, e provavelmente, Nova Iguaçu”, informa o texto.
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS) da SES alerta para a possibilidade de o vírus já estar circulando por outros municípios, uma vez que a capital tem grande atividade econômica e alta circulação de pessoas de várias cidades da Região Metropolitana”, acrescenta a nota, que continua: “Porém, essa informação só poderá ser confirmada a partir de evidências laboratoriais. Para tanto, a SVS/SES está reforçando e apoiando os municípios nas ações de monitoramento e vigilância de casos suspeitos, conforme Nota Técnica enviada em 17.02”.