Mais de 80 artistas que foram alcançados pela Lei Aldir Blanc no município de Mesquita deverão iniciar suas apresentações a partir do mês que vem. A previsão é do subsecretário de municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Kleber Rodrigues. Ele admite que a cidade vive o melhor momento cultural de sua história, tendo em vista a quantidade de equipamentos artísticos e culturais existentes na localidade, como a Lona Cultural, a Praça PEC e a Escola Municipal de Artes.
A Lei federal 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, foi criada com o objetivo de apoiar artistas que, em função da pandemia do novo coronavírus, estão sem trabalhar e, consequentemente, sobreviver financeiramente da sua arte. Em Mesquita 81 artistas foram contemplados com a lei.
“As apresentações deverão ser iniciadas a partir março, caso tudo ocorra de acordo com o que está sendo programado. Como o município é considerado um grande celeiro artístico e cultural, mais gente poderá ser alcançada, pois haverá uma repescagem. E mais: além dos nossos artistas, outros contemplados pela execução estadual da referida Lei também deverão se apresentar em Mesquita”, afirma Rodrigues.
De acordo com o secretário, pelos projetos já executados e os que estão sendo desenhados, o município atravessa o melhor momento cultural de sua existência, com atividades que exaltam seu povo, suas raízes e manifestações artísticas e culturais, que acontecem de forma descentralizada.
“Mesquita nunca teve um momento cultural tão intenso. Temos o projeto Revitalizart, através do qual retratamos nossa gente e seus feitos em painéis grafitados nos dois lados dos muros da linha férrea que atravessa a Cidade, além da Lona Cultural no bairro Cosmorama, da Praça Estação Cidadania (Praça PEC) no bairro Santo Elias, e da Escola Municipal de Artes da Chatuba. Estes, por exemplo, são equipamentos, criados pelo governo Jorge Miranda, que estão funcionando abaixo da capacidade, por seguir as medidas restritivas da pandemia”, avalia.
A cultura de volta
Entre as décadas de 1970 a 1990, as atividades artísticas e culturais eram frequentes em Mesquita e, por conta disso, o município era chamado de ‘Capital Cultural da Baixada”. Havia o projeto ‘Domingo D’Arte’, criado pelo ativista cultural Hugo Freitas, no qual se apresentavam, atores, poetas, músicos, cantores, artistas e folcloristas. Mesquita sempre foi um grande celeiro cultural, lembrada também como terra do ator global Humberto Martins, dos compositores Romildo da Portela, Roque da Paraíba, Bezerra da Silva e Carlos Roberto de Oliveira, o Dicró; Sérgio Fonseca, Wilsinho Saravá, João Prado e Antônio Pimentel, dentre outros.
“Mas tudo isso acabou. Não se via interesse algum por parte do poder público. Agora vejo tudo mudando novamente. E pra melhor. O governo da cidade tem um olhar voltado para a nossa história. Vejo a cultura nos muros (projeto Revitalizart), Escola de circo na Chatuba e até Lona Cultural na Baronesa de Mesquita”, comenta o ativista cultural e cineasta Ailton Cândido.