Os moradores do município estão preocupados. Sem a unidade, o atendimento teria que ser em outro município. Funcionários estão sem contrato desde janeiro. Prefeitura diz que ainda não decidiu pelo fechamento, mas que terá alternativas caso aconteça.
Os moradores de Queimados, na Baixada Fluminense, estão preocupados com o possível fechamento do único centro de triagem de pacientes com a Covid-19 na cidade.
Os funcionários da unidade de saúde estão trabalhando sem contrato desde o final de janeiro.
Apesar de não “bater o martelo” pelo fechamento, a prefeitura já informou que o centro de triagem pode voltar a funcionar como posto de tratamento de hipertensão e diabetes, como era antes da pandemia.
Sem saber o que vai acontecer com a única unidade de saúde especializada para atender pacientes com o novo coronavírus, os cerca de 150 mil moradores de Queimados estão com medo.
“Eu fui entubado porque meu quadro clínico era muito grave, pois mais de 80% do meu pulmão foi comprometido. Pra mim foi muito bom ter um lugar onde os meus parentes estavam próximos de mim”, contou um ex-paciente da unidade
Alto investimento
A Prefeitura de Queimados alega que os custos para manter o centro de triagem são altos, cerca de R$ 2,7 milhões por mês.
Na última segunda-feira (22), a secretária de Saúde de Queimados, Marcelle Peixoto, participou de uma audiência na Câmara Municipal para discutir o assunto.
Ela disse que o martelo ainda não está batido sobre o fechamento da unidade. Marcelle alegou que há alternativas para o atendimento caso isso aconteça.
“Se nós fecharmos as portas para internação nós teremos a garantia que os nossos pacientes serão assistidos na atenção primaria, que é competência do município. Com relação ao paciente grave, nós temos a UPA 24 horas, que é do estado e pode e deve receber os pacientes. E como a fila está zerada a gente consegue transferir mais rápido”, disse a secretária.
Funcionários sem salário
Os trabalhadores contratados por uma empresa terceirizada para atuarem no centro de triagem estão trabalhando sem contrato desde o dia 31 de janeiro, quando terminou o vínculo da prefeitura com a empresa.
“A unidade precisa ficar aberta e nós como funcionários precisamos de uma resposta da empresa que a gente presta serviço. A gente pergunta aos nossos supervisores, administração, o que que tá acontecendo, que a gente assinou aviso desde o começo de outubro e eles não têm respostas”, disse uma funcionária que não quis revelar sua identidade.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Queimados disse que, com o fim dos contratos com as empresas terceirizadas, foram abertos novos processos de contratação que estão em trâmite processual.
O município disse ainda que as empresas vão receber pelos serviços prestados sem cobertura de contrato através de um termo de reconhecimento de dívida.
Fonte: G1.