No ano da pandemia, o desemprego foi recorde em 20 estados brasileiros, segundo dados da Pnad Contínua publicados hoje pelo IBGE, que também trazem detalhes sobre como a falta de vagas afetou de forma diferente homens e mulheres. O instituto já havia anunciado que a taxa média de desemprego em 2020 no país havia alcançado o maior patamar (13,5%) da série histórica, iniciada em 2012.
O impacto da crise foi maior no Nordeste e menor, no Sul do país. Os estados com maior índice de desemprego foram Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%).
De acordo com o estudo, em 2020, o nível de ocupação no país foi de 49,4%. Esta é a primeira vez na série anual que menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada.
No Nordeste, a situação é ainda mais grave. O nível de ocupação ficou abaixo de 50% em 15 estados dessa região. Em Alagoas, por exemplo, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas.
O Rio de Janeiro, no Sudeste, também aparece nessa lista, com apenas 45,4% da sua população com emprego.
Mulheres têm taxa acima da média
A pesquisa também traz dados do último trimestre de 2020. Nesta comparação, houve melhora, pois a taxa de desocupação passou de 14,6% no terceiro trimestre para 13,9% nos últimos meses.
— Houve crescimento da informalidade no quarto trimestre, o que pode explicar em parte a redução desta taxa de desocoupação no final do ano — diz a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e pessoas que trabalham ajudando a família.
Apesa do recuo da taxa no quarto trimestre, é claro como a falta de vagas afeta de forma diferente homens e mulheres. Para elas, a taxa ficou em 16,4% entre outubro e dezembo. Já entre eles, o índice foi de 11,9%, abaixo da média da população.
A pesquisa mostra também que o desemprego atinge mais as pessoas pretas, cuja taxa de desocupação chegou a 17,2%, e os pardos (15,8%) — ambas acima da taxa média nacional.
Em relação à idade, os jovens foram os mais afetados pela falta de emprego no quarto trimestre. A desocupação chegou a 42,7% para jovens entre 14 e 17 anos e a 29,8% para quem tinha até 24 anos.