Carlos Ataíde foi obrigado por bandidos a ir até a comunidade do Guandu para fazer a entrega de um fuzil. Houve troca de tiros e ele foi baleado. Na ocorrência da PM, ele foi apontado como cúmplice dos criminosos.
Familiares e amigos do mototaxista Carlos Ataíde Fernandes, de 35 anos, realizaram nesta quinta-feira (18) uma manifestação pelas ruas de Engenheiro Pedreira. Carlos foi alvejado durante uma troca de tiros entre policiais e bandidos enquanto fazia uma corrida obrigado pelos criminosos em direção a comunidade do Guandu, para fazer a entrega de um fuzil, no último domingo (14). Os bandidos fugiram, entretanto, a arma que estava com um deles ficou no local. Na ocorrência, Carlos foi colocado como cumplice.
De acordo com o depoimento da vítima, era mais um dia de trabalho normal, quando dois homens armados, um deles com um fuzil, chegaram no ponto de mototaxis, na praça Olavo Bilac, e o pediram para fazer uma corrida. Um deles teria obrigado Carlos a leva-lo até a comunidade do Guandu, onde esse fuzil seria entregue a um outro criminoso. Ao chegarem lá, esse criminoso que receberia a arma não estava no local. Foi quando eles voltaram, e no caminho, passaram por uma viatura da PM, o que ocasionou uma troca de tiros. No meio dos disparos, Carlos foi atingido com dois tiros na perna.
O criminoso que estava na garupa da moto da vítima conseguiu fugir. Ainda de acordo com o depoimento, os policiais teriam apreendido o fuzil, mas Carlos foi apontado como um dos envolvidos do crime. Ele está internado no Hospital da Posse. O caso foi encaminhado para a 52°DP, em Nova Iguaçu.
“Meu filho é trabalhador”, diz mãe do mototaxista
Marta Alves Lobo do Sacramento, de 51 anos, diz que o seu filho não tem e nunca teve nenhum tipo de envolvimento com a criminalidade, e que foi uma vítima da injustiça, já que teve sua prisão preventiva decretada.
“Muito triste isso que estamos vivendo. Meu filho é um rapaz trabalhador, pai de família, cristão evangélico. Nunca teve nenhum tipo de envolvimento com bandidagem e agora corre o risco de ser preso por um crime que ele não cometeu. Ele foi obrigado pelo bandido a ir lá para o Guandu. Queremos justiça”, disse.
Prefeitura de Japeri prestou solidariedade
Os manifestantes foram até a prefeitura de Japeri. Lá, a prefeita Fernanda Ontiveros e o secretário de governo, Francisco Nacélio, prestaram solidariedade à família pediu para que o caso seja resolvido o quanto antes.
“Quero aqui externar minha solidariedade à família do Carlos e todos que estão nessa corrente pedindo por justiça. Esperamos que tudo seja esclarecido. Estamos juntos nesta causa”, disse Fernanda.
“Entendemos a dor que a família passa neste momento tão difícil. Estamos aqui também como cidadãos pedindo para que a justiça seja feita. Nossa causa é a mesma dos que cobram por justiça”, disse o secretário Francisco Nacélio.