SUEZ, EGITO – Equipes de resgate no Canal de Suez conseguiram desencalhar o navio de contêineres Ever Given, de acordo com Bloomberg.com. Segundo o site de notícias, o provedor de serviços marítimos Inchcape conseguiu o feito quase uma semana depois que o navio gigante ficou preso, atravessado no canal e impedindo a passagem em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo.
De acordo com a Autoridade do Canal de Suez (SCA), o meganavio começou a flutuar parcialmente e foi reorientado em 80% “na direção correta”.
“A posição do navio foi reorientada 80% na direção certa”, disse Osama Rabie, presidente da SCA, citado no comunicado. “A popa do navio se moveu 102 metros da costa, quando antes tinha apenas quatro metros”, acrescentou o comunicado.
Em rede social, o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, celebrou nesta segunda-feira o bom resultado da operação para desencalhar o Ever Given:
“Hoje, os egípcios conseguiram pôr fim à crise do navio encalhado no Canal de Suez, apesar da grande complexidade técnica do processo”, tuitou o presidente, depois que a Autoridade do Canal anunciou que o gigantesco navio havia sido reorientado em 80% na “direção correta”.
Embora o navio esteja flutuando parcialmente, a operação será retomada nesta segunda-feira, e ainda não ficou claro quando a hidrovia estaria aberta ao tráfego, ou quanto tempo levará para limpar o congestionamento de mais de 450 navios presos, esperando para sair ou a caminho do Suez.
O acúmulo de pedidos é mais uma tensão para as cadeias de abastecimento globais já afetadas pela pandemia, pois o canal é uma rota para cerca de 12% do comércio global. Alguns navios já optaram pela longa e cara viagem ao redor do extremo sul da África em vez de Suez.
O sucesso do resgate ocorreu após as equipes de escavadores removerem cerca de 27 mil metros cúbicos de areia, aprofundando o calado na área do encalhe.
O Ever Given encalhou após sofrer com fortes rajadas de ventos de até 40 milhas por hora, interrompendo o tráfego de navios na rota mais curta entre a Europa e a Ásia.
As condições podem ter tornado a embarcação de 400 metros de comprimento mais difícil de manobrar ou levantado a areia do deserto, reduzindo a visibilidade, disse o cientista-chefe da empresa de tecnologia meteorológica ClimaCell, Daniel Rothenberg.
Um vídeo postado nas redes sociais parecia mostrar que a popa do navio havia girado, abrindo espaço no canal. Outras imagens, que não puderam ser verificadas imediatamente, incluíam aplausos e buzinas de navios soando em comemoração.
Fonte: O Globo