Antes que a operação policiail na Favela do Jacarezinho chegasse ao fim nesta quinta-feira, dia 6, já somava 25 mortes e ao menos cinco feridos — das quais dois agentes atingidos durante o confronto, uma pessoa baleada no pé, quando estava dentro de casa, e dois passageiros por estilhaços no metrô —, até o início da tarde. O impacto se estendeu até o entorno da comunidade, paralisando a circulação do trem e do metrô e impedindo o funcionamento de três unidades municipais de saúde próximas. Antes do fim do dia, a ação já se mostrava uma das mais letais da cidade.
Dezenove mortos em 2007 no Alemão
Em junho de 2007, às vésperas do início dos Jogos Pan-Americanos no Rio, as polícias Civil e Militar realizaram uma das maiores operações no Complexo do Alemão, também na Zona Norte da cidade. A ação, que prometia um cerco ao tráfico de drogas do conjunto, terminou com 19 pessoas mortas e ao menos nove feridas.
Policiais civis e militares de várias delegacias e diversos batalhões formaram o contingente de 1.200 homens, e com o apoio de 150 agentes da Força Nacional de Segurança (FNS), e que atuaram por cerca de oito horas e apreenderam dezenas de armas, cápsulas e drogas.
Os confrontos aconteceram dentro do conjunto, como nas comunidades da Fazendinha e da Grota e em um ponto conhecido como Areal. Até o fim da tarde, a Secretaria de Segurança confirmou a morte de 13 pessoas durante a operação. O número de óbitos aumentou por volta das 20h, quando seis corpos foram deixados em frente à 22ª DP (Penha). Um motorista de Kombi, que fazia lotada na região, foi obrigado a retirar os mortos do Complexo do Alemão, ao ser abordado por um grupo. Ele pediu ajuda a integrantes da Força Nacional de Segurança ao deixar a comunidade.
Confrontos no Jacarezinho
Nesta quinta-feira, dia 6, a operação da Polícia Civil no Jacarezinho teve como alvo uma organização criminosa que atua na comunidade e que seria responsável por homicídios, roubos, sequestros de trens da SuperVia e o aliciamento de crianças para atuarem no tráfico local. A ação foi chamada de Exceptis e coordenada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Um dos principais casos de operação policial na comunidade aconteceu em 28 de maio de 1997, quando a ação, que durou cerca de quatro horas, terminou com a morte de nove criminosos, entre eles José Kídgério Soares, o Rogerinho, apontado como chefe do tráfico no local. Um contingente com cerca de cem policiais — Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) e de quatro Batalhões da Polícia Militar — participou do cerco a uma casa que, segundo denúncias, servia de esconderijo para Rogerinho.
Durante a ação, seis criminosos foram mortos durante troca de tiros. Rogerinho, José Patrício Pereira e outro traficante identificado como Pedrinho invadiram um imóvel para se abrigar. Na época, de acordo com a polícia, houve negociação par a rendição por cerca de uma hora. Neste tempo, uma granada foi lançada contra os agentes, que reagiram invadindo o imóvel e matando o trio.