Ronie Simões, de 39 anos, saiu para fazer compras e não foi mais visto. Grupos LGBTQI monitoram o caso
Há 6 dias, familiares e amigos realizam buscas para encontrar o paradeiro do cabeleireiro Ronie Cesar Simões da Silva, de 39 anos, que desapareceu após sair para comprar um par de chinelos, em um mercado próximo de casa, em Queimados, na Baixada Fluminense. De acordo com a família, Ronie deixou à residência, na tarde do último domingo, dia 9, usando camisa e bermuda, ambos da cor cinza. A demora no retorno e o fato de o telefone celular estar desligado chamou a atenção de familiares, que passaram a fazer contato com amigos e colegas do cabeleireiro.
Ronie trabalha em um salão de beleza em São João de Meriti, e, na última terça-feira, não compareceu ao estabelecimento, fato que também deixou colegas apreensivos, pois é um profissional dedicado e, dificilmente, falta aos compromissos.Familiares disseram que Ronie não apresentou mudanças de comportamentos, nem teria se envolvido em conflitos familiares ou de relacionamentos. O cabeleireiro estava bem de saúde e não fazia uso de remédios controlados.
“A família está abalada! Meu irmão é comunicativo, amigo e dedicado ao trabalho. Ele não teria motivos para sumir ou ficar tanto tempo fora de casa, sem avisar. Alguma coisa ocorreu. Estamos fazendo as buscas e acreditamos no trabalho da polícia”, disse a irmã, Adriana Moura, de 49 anos.
Grupos em defesa da causa GBLT monitoram o caso
O desaparecimento do cabeleireiro Ronie Simões acendeu o alerta sobre um possível caso de homofobia. De acordo com Eduardo Costa, coordenador do Núcleo de Atendimento Descentralizado (NAD) do Programa Rio Sem Homofobia, em Queimados, as buscas ao cabeleireiro estão sendo acompanhadas pelo grupo e o caso foi relatado à Secretaria de Estado para que solicite uma investigação minuciosa da polícia.“Ficamos sabendo que um policial informou erroneamente à família que o caso deveria ser registrado após 24h. Isso é um mito que precisa ser denunciado. Estamos diante de um caso que requer celeridade nas investigações. A possiblidade de um crime de homofobia não foi descartado e vamos seguir acompanhando o caso e exigindo rigor na apuração dos fatos”, ressaltou Costa.
Investigações – O caso está sendo investigado por policiais do Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP) da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que, segundo familiares, vão analisar imagens de câmeras de comércios e residências da região. A família espera que seja solicitada à Justiça a quebra dos sigilos bancários e telefônicos do cabeleireiro, que dependerá do andamento das investigações.
Informações sobre o paradeiro do Ronie podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou à DHBF, que deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.
Baixada registra maior número de desaparecimentos no Estado
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), nos primeiros três meses de 2021, ocorreram 1004 desaparecimentos de pessoas, no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo período, a Baixada Fluminense registrou o maior número de sumiços, com 286 ocorrências. As Zonas Norte e Oeste do Rio apontaram 270 casos, seguidos da Capital, com 152. As regiões Metropolitana e dos Lagos têm 139 registros, o Sul-Fluminense, 63; o Norte-Fluminense e a Região Serrana, com 61 e 33 casos, respectivamente, registram o menores números de sumiços.