A executiva nacional do PSDB aprovou, nesta terça-feira, as regras das prévias que definirão um candidato da sigla à presidência da República em 2022. O modelo estabelece uma fórmula em que aqueles que têm mandato eletivo terão peso maior que o dos filiados, que responderão por 25% do colégio eleitoral. A votação, como já era previsto, deve ocorrer em 21 de novembro.
O modelo representa uma derrota para as pretensões do governador de São Paulo, João Doria, cujos aliados chegaram a fazer um destaque que modificava o texto original para uma divisão igual entre os dois grupos: 50% para filiados e 50% para mandatários.
Houve ainda uma tentativa de negociação para a participação dos filiados aumentasse para 35%, que seria um aceno a Doria. Em vão. O parecer de São Paulo foi colocado em votação e foi derrotado por 20 votos a 11.
No final da reunião, os outros três candidatos nas prévias deixaram claro que se opunham a Doria e se manifestaram em apoio ao parecer original da comissão com pesos diferenciados ao voto de filiados e de quem tem mandato. Essa posição uniu todos os demais participantes da disputa contra São Paulo: do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB-AM).
Num dos momentos mais aguardados, o ex-deputado José Anibal leu uma carta do presidente de honra do partido, Fernando Henrique Cardoso. Nela, Fernando Henrique se opôs à proposta de Doria. Houve mal estar e aliados de Doria pediram para que o voto do ex-presidente não fosse computado. Doria havia dito anteriormente que o ex-presidente apoiava o seu pleito.
Agora, a campanha eleitoral interna foi iniciada oficialmente e as primárias devem acontecer em 21 de novembro. Caso haja segundo turno, a decisão fica para 28 de novembro.
As discussões sobre as prévias foram marcadas por divergências nas regras desde o começo.Inicialmente, Doria pleiteava eleição direta para que todos os 1, 3 milhão de filiados ao PSDB votassem. No entanto, líderes partidários capitaneados pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), antigo desafeto de Doria, se opuseram à proposta. A alegação do grupo era de o maior número de filiados privilegiaria a força da máquina partidária de São Paulo, estado que concentra a maior parte deles – cerca de 301 mil – e que tem um terço das prefeituras do partido.