Jornal Povo

Sobe o valor da recompensa sobre o paredeiro de Tandera, ex-aliado de Ecko que pode assumir espólio do miliciano

Subiu para R$ 5 mil o valor da recompensa por informações que levem ao paradeiro do miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera, de 37 anos. Ele, segundo a Polícia Civil, está na lista dos criminosos que podem assumir o espólio de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em confronto com a Polícia Civil, no último sábado. Tandera, até o ano passado, era aliado do paramilitar. Entretanto a aliança se rompeu e ambos tornaram-se desafetos. O miliciano atua na Baixada Fluminense e tem influências em bairros das zonas Norte e Oeste do Rio.

Tandera está foragido da Justiça desde novembro de 2016, quando saiu na evasão da Casa do Albergado Crispim Ventino, em Benfica. Anteriormente, o valor oferecido era de R$ 1 mil reais.

Segundo as investigações da Polícia Civil, a quadrilha atua em Seropédica, Itaguaí, e em outros pontos da Baixada, como o Bairro K-32, em Nova Iguaçu. A suspeita é de que o ele lave dinheiro oriundo de atividade criminosa da milícia, adquirindo bens de luxo, como mansões, cavalos de raça, carros, entre outros.

Recompensa sobre o paradeiro de Danilo Dias Lima, o Tandera, de 37 anos, fica mais alta
Recompensa sobre o paradeiro de Danilo Dias Lima, o Tandera, de 37 anos, fica mais alta Foto: Portal dos Procurados / Reprodução

Com a morte de seu maior rival, Ecko, Tandera, atualmente, é o criminoso mais procurado do Rio. As investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) revelaram que a organização liderada por ele tem como principais fontes de renda a exploração de comerciantes, por meio da cobrança da taxa de segurança, monopólio do fornecimento de cigarros contrabandeados, exploração da distribuição clandestina de TV a cabo, comercialização de botijões de gás, entre outros crimes.

A quadrilha de Tandera também é um dos alvos de uma força-tarefa da Polícia Civil criada para combater grupos paramilitares que agem na Baixada Fluminense. Ele traz tatuado no peito o ‘Olho de Tandera’, símbolo dos Thundercats, e de acordo com informações obtidas pela polícia, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele. O criminoso é conhecido por seu comportamento extremamente violento. Ele faz questão de estar à frente de invasões em áreas dominadas por quadrilhas rivais. Anda sempre com um fuzil e na companhia de diversos seguranças.

Após cortar aliança em dezembro do ano passado, com seu principal aliado, o criminoso Ecko, Tandera já teria começado a invadir o território que estava sendo controlado pelo seu rival. Segundo informações de moradores, durante a madrugada do último domingo, homens ligados à Tandera invadiram a comunidade Manguariba, em Paciência, na Zona Oeste do Rio, fortemente armados com fuzis. A região era considerada como um dos redutos do “Bonde do Ecko”.

Investigações apontam que Tandera e o miliciano Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, que controla a milícia na Zona Norte e na região da Praça Seca, na Zona Oeste, romperam com Ecko e se uniram contra ele.

— A polícia trabalha com três cenários: o primeiro é Tandera tentar retomar o território, já que a área foi rachada no ano passado. O segundo cenário é a maior facção criminosa tentar invadir, já que a região era originalmente deles. E a última hipótese é a própria milícia se organizar e tentar fazer uma escolha de um sucessor para Ecko — pontuou Willian Pena Júnior, delegado titular da Draco.

Outra possibilidade, remota, mas em investigação, é que Toni Ângelo Souza de Aguiar — que estava preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Rio, e retornou ao Rio no dia 25 de março — poderia ter se aliado a Tandera para retomar seus antigos territórios na Zona Oeste. Em agosto do ano passado o irmão de Toni Ângelo foi executado em Belford Roxo, e segundo informações a ordem teria partido de Ecko.

Contra o miliciano Tandera constam mandados de prisão pelos crimes de extorsão e organização criminosa. Ele é investigado por várias delegacias do estado.

Quem tiver informações sobre Tandera pode encaminhar mensagens para o WhatsApp do Portal dos Procurados em (21) 98849-6099 ou ligar para os números (21) 2253 1177 e 0300-253-1177. Também é possível usar o APP “Disque Denúncia RJ”, fazer contato via inbox do Facebook e por mensagem no Twitter. O anonimato é garantido. As informações serão direcionadas para a Draco e a força-tarefa da Polícia Civil.